Caso Beatriz: mãe de menina morta em Petrolina faz apelo ao Papa Francisco

Publicado em 12/07/2017 às 6:58
Foto: Beatriz foi morta com 42 facadas em colégio particular de Petrolina. Crime continua sob mistério. Foto: Arquivo Pessoal


A menina Beatriz foi morta com 42 facadas em colégio particular de Petrolina. Crime continua sob mistério. Foto: Arquivo Pessoal Até onde você iria por justiça? Após um ano e sete meses, a professora Lúcia Mota, mãe da menina Beatriz, de 7 anos, assassinada a facadas em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, decidiu fazer um apelo ao Papa Francisco. Em carta enviada ao Vaticano (abaixo, leia texto na íntegra), ela pede ajuda por justiça. Durante todo esse tempo, o inquérito que apura a morte da menina, cujo corpo foi encontrado dentro de um armário no colégio onde ela estudava, ainda não foi concluído. Pelo menos três delegados já investigaram o caso, que atualmente está sob responsabilidade de Gleide Ângelo, com apoio do delegado Alfredo Jorge. Uma comissão formada por cinco promotores de Justiça também acompanha cada passo da investigação. Até agora, porém, a principal pista da polícia é uma imagem de um homem não identificado que entrou no colégio e pode ter sido o assassino de Beatriz. Imagem do suspeito de assassinar Beatriz Mota, de 7 anos, dentro de colégio. Foto: Reprodução/Polícia Civil A imagem foi divulgada em março para que a população ajude a identificá-lo. Várias denúncias foram encaminhadas e inúmeros exames de DNA foram realizados, com base em vestígios do assassino coletados no local do crime e no corpo de Beatriz, mas até agora a autoria do crime não foi comprovada. Sem sucesso, a família já viajou até Brasília para pedir ao Ministério da Justiça para que a Polícia Federal assuma as investigações - mas a solicitação não foi aprovada. Os pais também participaram, no mês passado, de uma reunião na Assembleia Legislativa de Pernambuco para discutir o caso com uma comissão de deputados que se propuseram a ajudar na divulgação da foto do suspeito em outros estados do País - mas a iniciativa ainda não foi implementada. Desesperada, em um apelo ao representante máximo da Igreja Católica, a mãe de Beatriz clamou por apoio para elucidar o crime bárbaro. Leia a carta na íntegra: Sua Santidade, Papa Francisco, Bispo de Roma e Pastor Supremo da Igreja, Estado da Cidade do Vaticano, Roma Santo Padre, Com profundo respeito, fé e esperança, entrego em vossas mãos esta carta que relata uma tragédia familiar e a dor de uma mãe em busca de justiça. Todo povo brasileiro compartilha da preocupação de Vossa Santidade em se solidarizar com as mazelas sociais que afetam profundamente nossas famílias. Quero compartilhar com Vossa Santidade um acontecimento que destruiu completamente minha família. No dia 10 de dezembro de 2015, num evento festivo que acontecia numa escola católica administrada pelas freiras “Filhas de Maria” – o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora de Petrolina-Pernambuco, que pertence a Rede Salesiana de Escolas – a minha filha, Beatriz Angélica Mota F. da Silva (7), foi brutal e covardemente assassinada a facadas dentro daquelas dependências. Esse crime ainda não foi solucionado. QUERO RESPOSTAS. PRECISO DE JUSTIÇA. Santo Padre, O Evangelho é a grande mensagem da Vida, plenamente revelada na pessoa e na palavra de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Eu deposito minha fé na crença de que DEUS AMA A JUSTIÇA. Não consigo continuar vivendo esse sentimento de injustiça. As autoridades policiais não possuem estrutura para atender nosso clamor. A instituição (Escola Católica) NÃO nos ajuda, omite informações, e ainda age como se estivéssemos na idade das trevas. A administração dessa entidade se utiliza de subterfúgios procurando esconder importantes evidências, obstruindo as investigações e procurando descredenciar os trabalhos já realizados pelos investigadores do caso, mesmo porque, alguns de seus funcionários são os principais suspeitos na facilitação dessa atrocidade. E isso contradiz radicalmente o ideal evangélico apoiado pelas instituições religiosas de nosso país. Existe uma mancha indelével na nossa sociedade e esse estranho comportamento dessa escola católica afasta as famílias do Vale do São Francisco da nossa Santa Igreja. Papa Francisco, Vossa venerável pessoa, na qualidade de Pastor Supremo da Igreja, sendo internacionalmente reconhecido como grande líder moral da humanidade exerce um papel profético capaz de atingir as consciências e intervir no auxílio ou mesmo no sentido de sensibilizar as autoridades policiais, Ministério Público e Governador do estado de Pernambuco, como também os administradores do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora de Petrolina a cooperarem com a elucidação desse hediondo crime. E principalmente dar publicidade às imagens do assassino recentemente reveladas pela Polícia Civil de Pernambuco. Enquanto não forem esclarecidos todos os fatos e os seus reais culpados não forem punidos existirá uma dúvida em nossa comunidade de que algumas instituições católicas trabalham para esconder práticas condenáveis de alguns de seus membros. Querido Irmão Maior, OUÇA O MEU CLAMOR e venha em meu socorro com sua palavra de ânimo e com seus gestos divinos, capazes de expressar o Evangelho como a grande Mensagem da Alegria, da Esperança, da solidariedade e da compaixão para com todos. Maria Lúcia Mota da Silva, Mãe de Beatriz Angélica Mota F. da Silva. Leia Também Assassino do estudante Alcides vai a júri popular por mais um crime no Recife Condenada por matar turista alemã, Delma Freire quer R$ 200 mil e pensão alimentícia    
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