Falta de unidades de polícia especializadas está sob investigação do MPPE. Foto: JC Imagem/Arquivo
Com uma das maiores crises da história, a Polícia Civil de Pernambuco está - mais uma vez - na mira do Ministério Público. Um inquérito foi aberto para investigar possível omissão do Estado em relação à falta de unidades do Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA) para atender às demandas no Grande Recife.
A investigação foi aberta porque, segundo ofício encaminhado ao MPPE, a DPCA de Paulista deixou de atender ocorrências de Olinda envolvendo menores de 18 anos, sejam eles vítimas ou infratores. Como Olinda não conta com delegacia especializada, os casos eram encaminhados para Paulista.
"Considerando que outros municípios da Região Metropolitana do Recife dispõem de tal serviço especializado, não há justificativa para tal omissão do Poder Público na cidade de Olinda, inclusive diante da expressiva e notória demanda", afirmou a promotora de Justiça Aline Galvão de Lima, na decisão sobre a abertura do inquérito.
A promotora solicitou que um ofício sobre o problema seja encaminhado ao secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua. Deu ainda um prazo de 15 dias para que a SDS forneça estatísticas a respeito das ocorrências de atos infracionais praticados por adolescentes e crimes tendo por vítimas crianças e/ou adolescentes em cada um dos municípios da Região Metropolitana do Recife.
A promotora solicitou ainda que a SDS informe em quais municípios da RMR foi instalada e funciona uma DPCA. Também pede que uma previsão para que Olinda receba uma unidade especializada.
DELEGACIA DA MULHER
A pedido dos movimentos sociais, o MPPE vai cobrar do Governo do Estado que as delegacias especializadas da Mulher funcionem 24 horas por dia, de domingo a domingo, e sempre com a presença de delegados. No Grande Recife, que conta com três delegacias da Mulher, apenas uma está funcionando à noite e nos fins de semana.
O problema, que se arrasta desde o ano passado, foi denunciado pelo
Ronda JC no último dia 31.
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