Moradores do Litoral Sul de Pernambuco vivem amedrontados com a onda de violência. Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Um mês após a onda de assassinatos no município de São José da Coroa Grande, no Litoral Sul de Pernambuco, a Polícia Civil ainda não conseguiu esclarecer os casos e prender os responsáveis. Mesmo com a promessa de reforços - inclusive com equipes extras para apurar os homicídios - até agora as famílias das vítimas seguem sem respostas para os crimes. E o medo impera na cidade.
Entre os dias 10 e 17 de fevereiro deste ano, dez pessoas foram assassinadas a tiros. Somente no dia 17, uma chacina deixou cinco mortos - incluindo uma menina de 12 anos. Quando as investigações tiveram início, a polícia afirmou que os crimes teriam relação com a disputa pelo tráfico de drogas. A guerra teria se intensificado na cidade após a divulgação de um vídeo, em janeiro, em que integrantes de uma facção criminosa aparecem assassinando um rival.
Na época do fato, o deputado Isaltino Nascimento, líder do Governo na Assembleia Legislativa, chegou a afirmar na tribuna que os crimes teriam relação com a venda de drogas para o estado de Alagoas. Mas a polícia, oficialmente, não ainda confirmou a informação.
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Ronda JC entrou em contato com a Polícia Civil de Pernambuco para saber como andam as investigações. No entanto, a assessoria de comunicação se restringiu a dizer que "as investigações seguem em andamento" e que a corporação " só irá se pronunciar quando concluir os inquéritos".
É inadmissível o silêncio da chefia da Polícia Civil diante da sequência de mortes registradas no Litoral Sul de Pernambuco. Aliás, tem sido assim nos últimos meses. Crimes graves acontecem em todo o Estado e a atual gestão se cala. No máximo enviam, via assessoria, uma nota oficial. É como se a vida valesse muito pouco.
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