Nos últimos 25 anos, 62 pessoas foram vítimas de ataque de tubarão na RMR. Foto: JC Imagem/Arquivo
Qual a relação entre a implantação do Complexo Portuário de Suape, em Ipojuca, e o aumento no número de ataques de tubarão na Região Metropolitana do Recife? Com base neste questionamento, que intriga especialistas na área, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou um inquérito civil para investigar o caso.
Alguns especialistas defendem que os animais marinhos teriam se deslocado para as praias do Grande Recife por conta do impacto das obras de Suape que provocou um desequilíbrio ambiental nas últimas décadas.
Nos últimos 25 anos, 62 pessoas foram vítimas de ataques de tubarão na RMR. Destas, 24 morreram. A maioria dos ataques aconteceu no Recife (27) e em Jaboatão dos Guararapes (21). Seis casos foram registrados no Cabo de Santo Agostinho.
A promotora de Justiça Bianca Azevedo Barroso, responsável pelo inquérito, determinou várias diligências. Uma delas é direcionada à CPRH (Agência Estadual de Meio Ambiente) para que responda a alguns questionamentos sobre o tema:
se o processo de licenciamento ambiental de Suape, e o respectivo Estudo de Impacto Ambiental abordou, compreendeu e analisou o impacto negativo do empreendimento sobre a fauna marinha, com especial ênfase para o fluxo de tubarões, seu ciclo alimentar e possível ameaça ou aumento do número de ataques de tubarão na área de influência do empreendimento; Em que medida a construção do Porto de Suape alterou o habitat e fluxos naturais dos tubarões na região, suas correntes marítimas e o risco de provocar acidentes envolvendo tubarões no litoral pernambucano?
A CPRH tem um prazo de 15 dias para apresentar um relatório com as respostas. Não há prazo para conclusão das investigações do MPPE.
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