Antes de ser morta, a vendedora Cláudia Aguiar tentou prestar queixa, mas delegacia estava fechada. Foto: Arquivo Pessoal
Passados mais de 70 dias, a família da vendedora Cláudia Aguiar Rodrigues, de 44 anos, permanece em luto. E não bastasse a imagem de um crime tão trágico, os parentes da vítima ainda convivem com a falta de respostas da Polícia Civil de Pernambuco. Para quem não recorda, a mulher foi morta a facadas horas após tentar prestar queixa contra o ex-marido, que fazia ameaças por não aceitar o fim do relacionamento. Ela não conseguiu denunciar o caso porque a Delegacia de Timbaúba, na Mata Norte, estava fechada. Pagou com a vida a grave falha do Estado.
Na época do fato,
denunciado pelo Jornal do Commercio, a chefia da Polícia Civil se apressou em dizer que iria abrir uma investigação interna para apurar o porquê de a delegacia estar fechada. Segundo o delegado Joselito Kehrle, a unidade funciona 24 horas, mas, nos fins de semana, fica com apenas um policial civil para registrar boletins de ocorrência.
E onde estava esse policial? E quem será punido pela grave falha?
Nenhuma resposta até agora.
No início de junho, a assessoria da Polícia Civil enviou nota ao
Ronda JC informando que iria concluir a investigação interna até o final daquele mês. Já na semana passada, após novamente questionada pelo blog, a resposta da assessoria foi que a apuração ainda estava em andamento. "Nos pronunciaremos quando o procedimento estiver concluído", informou a nota.
Já se passaram quase três meses e a família de Cláudia segue sem respostas sobre o descaso que contribuiu para mais um feminicídio registrado no Estado. Como disse no mês passado, a vida parece valer pouco quando um caso como esse demora tanto tempo para ser esclarecido. Lamentável.
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