Policiais civis foram surpreendidos, nesta semana, com uma portaria que suspende as férias previstas para o mês de abril. A medida está relacionada à necessidade do reforço da segurança pública para acompanhar as ações de combate à pandemia do coronavírus em Pernambuco.
A preocupação dos policiais, porém, é que a suspensão das férias se estenda pelos meses seguintes, já que a previsão mais otimista do Ministério da Saúde é de que a pandemia dure até setembro.
"A priori, abril. Mas certamente as (férias) dos meses subsequentes também serão (suspensas)", disse o presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe), Bruno Bezerra.
A portaria, assinada pelo subchefe da Polícia Civil de Pernambuco, Nehemias Falcão, informa que aqueles policiais que tiveram as férias suspensas em abril devem gozá-las somente a partir de agosto.
FALTA DE EQUIPAMENTOS
A Adeppe informou que, ontem,solicitou à Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) a adoção do sistema de trabalho remoto e de rodízio para a categoria. A associação denuncia quea maior parte do efetivo não recebeu os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários para atender o público e conter a transmissão comunitária do coronavírus no Estado.
“Chegaram pouquíssimas unidades, a quantidade é insuficiente. Além disso, o Governo publicou um decreto que obriga os delegados a trabalharem ilimitadamente, sem direito a descanso em regime de PJES (jornada extraordinária sem pagamento de hora extra). Todo mundo vai ficar doente e o serviço vai parar”, afirmou o presidente da Adeppe.
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