Um dia após o assassinato da professora aposentada Edna de Souza Fonseca, de 63 anos, no município do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, a Polícia Civil de Pernambuco conseguiu identificar os suspeitos de envolvimento no crime. Na manhã desta segunda-feira (06), um adolescente de 15 anos foi apreendido. Em depoimento, ele confirmou que efetuou os tiros contra a vítima e o cachorro dela. Outro suspeito, cujo nome não foi revelado pela polícia, ainda não foi capturado.
O delegado Caio Moraes, titular da Delegacia de Homicídios do Cabo, afirmou que o assassinato da professora foi premeditado. Em coletiva de imprensa, na tarde desta segunda-feira, ele deu detalhes das investigações.
"Foi um crime bárbaro, que, desde o primeiro momento, nós enviamos equipes às ruas para investigar. Conseguimos conversar com a família, que forneceu imagens de videomonitoramento. Através dessas imagens, conseguimos identificar os suspeitos, que já atuam na criminalidade no Cabo de Santo Agostinho. Hoje pela manhã conseguimos identificar o local onde estava o adolescente. Fizemos uma campana na rua onde ele mora, no bairro da Charnequinha. Ele foi apreendido na rua", contou Moraes.
"Ele (adolescente) já sabia que ela (professora) andava com o cachorro naquela hora da manhã. Já estavam esperando por ela. A vítima foi rendida e levada para um ponto cego, onde a câmera não gravava imagens. Ela foi morta e o cachorro também. Depois eles retornaram. O adulto também foi identificado, mas não vamos falar sobre ele para não atrapalhar as investigações", disse o delegado.
O crime ocorreu a cerca de 200 metros de um batalhão da Polícia Militar.
Agora, o próximo passo das investigações da polícia é tentar descobrir quem deu a ordem para que a vítima fosse assassinada.
MOTIVAÇÃO
"Os boatos eram de que a professora seria uma delatora, o que também nada disso é verdade. Eles achavam que ela seria uma pessoa que estava denunciando o tráfico de drogas à polícia. Essa é a linha mais forte de investigação", explicou o delegado.
O adolescente apreendido vai responder por ato infracional equivalente ao crime de homicídio e também responderá pela morte do cachorro.
ESTATÍSTICAS
Nos primeiros quatro meses de 2022, a polícia já somou 70 homicídios no município. No mesmo período de 2021, foram 51 registros. O aumento é de 37,25%.
De acordo com a Secretaria de Defesa Social (SDS), 30 pessoas foram mortas em janeiro deste ano. Foi o mês mais violento do município desde o início de 2004, quando os números começaram a ser somados pela pasta.
No ano passado, houve 178 vítimas - uma média de um homicídio a cada dois dias.
A taxa de homicídios em 2021 foi de 77,95 por 100 mil habitantes - a maior do Grande Recife e uma das maiores do País.