VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Com aumento de denúncias de mulheres, feminicídios caem em Pernambuco

Em setembro, o número de mulheres que procurou ajuda da polícia foi o maior dos últimos 20 meses em Pernambuco. Saiba como procurar ajuda

Raphael Guerra
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Raphael Guerra
Publicado em 18/10/2022 às 7:00
DIEGO NIGRO/ACERVO JC IMAGEM
Mulheres precisam procurar a delegacia mais próxima para denunciar qualquer tipo de violência - FOTO: DIEGO NIGRO/ACERVO JC IMAGEM
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A denúncia nas delegacias continua sendo a principal arma das mulheres para quebrar o ciclo de violência doméstica. Ao mesmo tempo em que cresce a quantidade de queixas dessa modalidade de crime, os casos de feminicídio estão caindo em Pernambuco.

Estatísticas da Secretaria de Defesa Social (SDS) mostram que, em setembro, o número de mulheres que procurou ajuda da polícia foi o maior dos últimos 20 meses. Ao todo, 3.839 queixas de violência doméstica foram registradas em Pernambuco. E só houve um feminicídio - enquanto no mesmo período de 2021 houve cinco.

"O aumento das denúncias não pode ser interpretado como algo negativo, porque mostra que mais mulheres estão denunciando os seus agressores. A queda dos feminicídios, como vem sendo observada ao longo do ano, está diretamente ligada ao aumento dessas denúncias", afirmou a delegada Fabiana Leandro, gestora do Departamento de Polícia da Mulher.

"Saímos do período mais grave da pandemia da covid-19 e voltamos a fazer palestras nas escolas, nas comunidades, reforçando que as vítimas devem procurar as delegacias e que há uma rede de proteção para ajudá-las. Isso tem encorajado mais as mulheres", completou a delegada.

Entre janeiro e setembro deste ano, 31.288 boletins de ocorrência de violência doméstica foram registrados pela Polícia Civil. No mesmo período de 2021, foram 30.748.

FEMINICÍDIOS EM PERNAMBUCO

Em todo o ano de 2022, houve 56 casos de feminicídio, 12 a menos em relação aos nove primeiros meses de 2021 (68). Percentualmente, a diminuição, até agora, foi de de 17,6%.

Oficialmente, Juliana Ferreira Coelho de Melo, de 27 anos, foi a única vítima de feminicídio em Pernambuco no último mês de setembro. A mulher foi assassinada a tiros pelo marido, o policial militar Vicente José de Melo Neto, 32, que se matou em seguida. O crime foi dentro da casa onde o casal vivia, no município de Surubim, no Agreste.

Na tentativa de barrar os feminicídios, uma das ações que a Polícia Civil têm ampliado no Estado é a apreensão de armas de fogo dos agressores denunciados, como prevê a Lei Maria da Penha. Houve aumento de 450% no número de apreensões de armas pelas delegacias especializadas no atendimento à mulher em 2021 em comparação a 2020.

Em relação às investigações de feminicídio concluídas pela polícia, com identificação dos culpados, a SDS disse que a taxa é próxima de 100%.

"A responsabilização penal dos agressores é fundamental para a prevenção e repressão desse tipo bárbaro de violência", declarou, em nota, o secretário de Defesa Social, Humberto Freire.

Familiares e vizinhos de vítimas de violência também devem acionar a polícia ao perceberem situações de ameaças ou agressões físicas. Basta ligar para o número 190.

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