A professora Lucinha Mota, mãe da menina Beatriz, que foi assassinada a facadas em 2015, em Petrolina, tentou pela segunda vez uma vaga de deputada estadual na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Mas, de novo, não atingiu a quantidade de votos necessária.
Nesse domingo (03), segundo apuração das urnas eletrônicas, Lucinha recebeu 25.851 votos. Ela está filiada ao PSDB em Pernambuco.
Lucinha ficou conhecida após cobrar justiça e apontar falhas nas investigações da morte da filha Beatriz, de 7 anos. Em dezembro de 2021, quando o crime completou seis anos, ela e o marido caminharam por mais de 700 quilômetros, de Petrolina até o Recife, para cobrar uma solução. A caminhada, que encontrou apoiadores em todas as cidades, teve repercussão nacional e expôs a demora da polícia para solucionar o crime.
SUSPEITO DO CASO BEATRIZ
Poucas semanas depois, o governo de Pernambuco anunciou ter identificado o suspeito do assassinato - Marcelo da Silva. O suspeito de entrar no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora e assassinar a facadas Beatriz foi reconhecido por meio do cruzamento de DNA, a partir das amostras coletadas na faca usada no crime.
Os delegados foram ao presídio onde o suspeito cumpre pena por outros crimes e, em depoimento gravado, ele confessou ser o autor da morte de Beatriz.
Na gravação, o suspeito afirmou ter esfaqueado a criança após ela se desesperar ao vê-lo com uma faca dentro do colégio. Na ocasião, Beatriz havia se afastado dos pais para beber água.
"Ela olhou para a minha perna, eu estava sentado. Ela olhou e disse: 'você está armado aí, é uma faca'. Ela ficou com medo, se intimidou. Eu disse desse jeito: 'cala a boca, fique caladinha, não saia enquanto vou embora, fique bem quietinha'. Ela começou a gritar. Eu, descontrolado, eu não sei nem onde é que estavam acontecendo as perfurações, o quarto era todo escuro", disse o suspeito.
No mês passado, o Ministério Público denunciou o suspeito à Justiça por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante dissimulação, recurso que dificultou a defesa da vítima). Não há prazo para julgamento.