A Justiça marcou, nesta segunda-feira (07), a audiência de instrução e julgamento do homem acusado de assassinar a menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. No próximo dia 22 de novembro, a partir das 8h, Marcelo da Silva, 40, sentará no banco dos réus.
Esta etapa do processo é fundamental para que a Justiça decida se o acusado pela morte de Beatriz irá a júri popular. A menina foi morta a facadas no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em 10 de dezembro de 2015. O autor do crime só foi descoberto em janeiro deste ano.
Durante a audiência de instrução e julgamento, testemunhas de acusação e de defesa serão ouvidas na Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Petrolina. Por fim, o réu será interrogado - tendo o direito de ficar em silêncio, caso prefira.
Após a fase de audiência, a acusação (representada pelo Ministério Público) e o advogado de defesa do réu terão que apresentar as alegações finais. Só então, a juíza Elane Brandão Ribeiro irá decidir se o acusado irá a júri popular.
Réu confesso, Marcelo da Silva responde pelo crime de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante dissimulação, recurso que dificultou a defesa da vítima). Ele está preso preventivamente.
O acusado foi reconhecido por meio do cruzamento de DNA, a partir das amostras coletadas na faca usada no crime. Depois disso, a polícia foi até o presídio onde Marcelo estava, no Agreste de Pernambuco, e ele confessou o assassinato.
Em depoimento gravado em vídeo, Marcelo deu detalhes de todo o crime. Ele disse que matou a menina para que ela parasse de gritar. Ele contou que havia entrado no colégio, onde ocorria uma festa de formatura, para conseguir dinheiro.
Beatriz, que havia saído da quadra esportiva para beber água, teria começado a gritar ao perceber a presença do acusado próximo a ela. Ele, então, teria levado a menina até uma sala isolada, onde praticou o crime.
A descoberta do suspeito ocorreu duas semanas após os pais de Beatriz caminharem por 23 dias, de Petrolina até o Recife, para cobrar justiça. A caminhada, que encontrou apoiadores em todas as cidades, teve repercussão nacional e expôs a demora da polícia para solucionar o crime.
Além da ouvida do acusado, outras provas, como uma reprodução simulada na instituição de ensino, foram produzidas para a conclusão das investigações.
O inquérito policial foi concluído em julho deste ano. Contou com 27 volumes, totalizando 5.831 páginas.