Com informações da Estadão Conteúdo
Acusada de mandar matar o marido, a ex-deputada e pastora Flordelis teve uma crise de choro e precisou ser retirada do auditório durante o depoimento da terceira testemunha de defesa, o desembargador Siro Darlan.
Flordelis está sendo julgada no Fórum de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Aos prantos, Flordelis era amparada por advogados de defesa.
“Me perdoa, doutor Siro, obrigada por tudo. Sou inocente, estou envergonhada”, disse Flordelis. Siro Darlan estava a poucos metros da cantora, mas não se manifestou.
JULGAMENTO FLORDELIS: CONFIRA DEPOIMENTO DE TESTEMUNHA DA DEFESA
Siro Darlan foi juiz da 1ª vara da infância e Adolescência do Rio de Janeiro de 1090 a 2004, quando foi alteado como desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio, cargo que ocupa atualmente.
Darlan teve vários contato com Flordelis, quando ele era responsável pelas causas cíveis ligadas a crianças e adolescentes em todo o município do Rio. Ambos tiveram uma boa convivência social. Em seu depoimento ele teceu elogios à conduta de Flordelis até 2004.
"Quando assumiu a 1ª Vara, encontrei mandado de busca e apreensão do juiz anterior contra uma mulher negra e favelada que então tinha sob sua guarda cerca de 25 crianças, todas elas morando num pequeno barraco na favela do Jacarezinho, zona norte do Rio ", disse Siro Darlan.
"Mandei cumprir essa ordem de busca e apreensão, porque até então ninguém sabia quem eram essas crianças e em que circunstâncias elas estavam. Mas os oficiais de justiça não conseguiam cumprir, porque a favela já era tomada pelo tráfico. Nesse ínterim fui procurado por dois empresários que me indagaram como podiam ajudar Flordelis para que ela deixasse de ser perseguida", completou.
"O essencial, que era acolhimento, tratamento digno, as crianças tinham. Nem todas as exigências foram cumpridas, mas elas estavam muito bem cuidadas, bem tratadas, e essa senhora estava fazendo o que o Estado, o município nunca havia conseguido: uma família substituta. Até 2004, a família estava pelo menos tratando as crianças com dignidade e respeito. Depois mudei de cargo", afirmou.
Darlan relatou que a regularização documental das crianças não foi cumprida, durante sua gestão como juiz, mas que nenhuma outra família reclamou a ausência delas, então a princípio se tratava de crianças abandonadas.
Siro Darlan não foi questionado sobre o crime, até porque não o testemunhou. Disse que, dois dias antes, o pastor Anderson havia ligado para ele e convidado para uma reunião, para debater negócios e projetos de lei relacionados aos direitos de crianças e adolescentes que Flordelis pretendia apresentar na Câmara dos Deputados.
O julgamento de Flordelis continua nesta sexta-feira (11).