Pacientes do Ceará diagnosticados com o novo coronavírus (covid-19) terão a cloroquina e a hidroxicloroquina como protocolo de atendimento no Estado. O secretário de Saúde, Carlos Roberto, explicou que o medicamento só será usado a partir da etapa da internação hospitalar.
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A cloroquina e a hidroxicloroquina são defendidas para tratar os infectados pelo presidente da República desde o início da pandemia. Mesmo sem a garantia de estudos científicos de que o medicamento surte algum tipo de efeito contra a doença.
A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) do Ceará divulgou o documento que detalha a aplicação do medicamento nesse sábado (11). A terapia antiviral para influenza, profilaxia de trombose venenosa profunda e corticoterapia são substâncias que, a depender da situação, são indicadas para usar junto com os medicamentos.
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O Ceará registrava, até o último sábado (11), 74 óbitos e 1.668 casos confirmados do coronavírus desde 15 de março, quando foram identificadas as três primeiras pessoas com o vírus. Dos 1.457 casos no Estado, 58 mortes são em Fortaleza. Mas a doença já está em um processo de interiorização e já chegou a mais de 50 municípios.
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A secretaria informou, em nota, que os estabelecimentos que receberão a cloroquina e a hidroxicloroquina devem ser os hospitais. "Preferencialmente aqueles com plano de contingência para covid-19 e Unidade de Pronto Atendimento (UPA)".
De acordo com O Povo, Cabeto, como é conhecido o titular da pasta de Saúde, comunicou que "as poucas evidências que temos fazem com que a gente coloque a cloroquina no início da internação, assim como outras estratégias previstas no protocolo".
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A cartilha de atendimento de suspeitos de covid-19 que está disponível no site da Sesa se divide em quatro estágios. Sendo o primeiro ainda em casa, com autoavaliação; o segundo, nas UPAs ou emergências, com atendimento médico; o terceiro já parte para a internação hospitalar com o uso da cloroquina; já no quarto, o paciente é encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com o uso da ventilação mecânica.
Cabeto indicou, ainda, que o passo a passo pode ser seguido pelos municípios, hospitais e outras unidades autorizadas do Estado. "Fizemos um protocolo bem objetivo para que as pessoas pudessem uniformizar o atendimento. A cloroquina entrou, evidentemente, em nível de internação".
Ele também anunciou que o Ceará está se preparando para uma ferramenta de combate ao coronavírus chamada "Registro Covid". "É um protocolo de preenchimento no qual todos os casos serão analisados detalhadamente por semana para que a gente possa medir as implicações de benefícios terapêuticos em cada situação específica". De acordo com o secretário, a função da ferramenta é ajudar no acúmulo de dados científicos "para fortalecer essas indicações que são, do ponto de vista científico, muito vulneráveis".