Neste Outubro Rosa, precisamos também falar sobre o diagnóstico do câncer de mama em mulheres abaixo dos 40 anos, o que representa cerca de 10% de todos os casos registrados desse tipo de tumor. Quando ocorre nessa faixa etária, no entanto, a doença tende a aparecer de forma agressiva. Um novo estudo brasileiro, o Amazona III, faz ressurgir um debate sobre o momento em que a mulher deve começar a fazer exames de rastreamento. O projeto é um levantamento de informações sobre os novos casos de câncer de mama em mulheres brasileiras de 24 instituições de saúde públicas e privadas, com diagnóstico a partir de 2016. Os resultados preliminares mostram que 43% delas tinham idade inferior a 50 anos no momento do diagnóstico. Das que tinham menos de 40 anos, 36,9% estavam no estágio 3 da doença (tumor considerado localmente avançado). "Isso nos faz repensar sobre como fazer o rastreamento na nossa população", comenta a médica radiologista Mirela Ávila, especialista em diagnóstico por imagem da mama e diretora médica do Centro Diagnóstico Lucilo Ávila. O Amazona III é conduzido pelo Grupo Latino-Americano de Oncologia Cooperativa, que reúne 147 pesquisadores de 70 instituições, em parceria com o Grupo Brasileiro de Estudos do Câncer de Mama. As participantes serão acompanhadas até 2021. "Esse estudo analisa fatores envolvidos com incidência: idade, acesso e resposta ao tratamento, além de identificar tipos de câncer na população."