O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou nesta segunda-feira (10) a antecipação de 600 mil doses do imunizante infantil produzido pela Pfizer para que sejam incluídos na campanha de vacinação das crianças de 5 a 11 anos, prevista para ter início entre os dias 14 e 15 de janeiro, logo após a chegada do primeiro lote de vacinas no dia 13 deste mês.
Com a chegada de doses extras, a pasta estima que devem ser entregues 4,3 milhões de vacinas em janeiro. A previsão inicial era de 3,7 milhões. "Quero tranquilizar todos os brasileiros: estamos conduzindo a questão da vacinação de uma forma muito apropriada", disse Queiroga na manhã desta segunda ao fazer o anúncio.
O Ministério da Saúde firmou um contrato com a Pfizer que garante o fornecimento de 20 milhões de doses de vacinas pediátricas no primeiro trimestre deste ano. De acordo com a pasta, o País vai receber 4,3 milhões de doses em janeiro, 7,2 milhões em fevereiro e 8,4 milhões em março, completando o esquema de fornecimento.
A inclusão de crianças no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO) só foi anunciada na semana passada pela Saúde, após muito resistência do ministro Queiroga, que chegou a convocar uma consulta pública para avaliar a receptividade da população à sugestão do Ministério de exigência de prescrição médica para vacinar os mais jovens. A maioria dos participantes rejeitou a proposta de parecer médico para vacinar seus filhos e tutelados.
Reunião debate período de isolamento
Além do anúncio sobre a vacinação infantil, Queiroga afirmou que haverá na tarde desta segunda uma reunião da Secretaria de Vigilância e Saúde do Ministério com os representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) para deliberar sobre a redução do período de isolamento para pacientes com covid-19, incluindo assintomáticos.
A proposta da Saúde é reduzir de 14 para cinco dias o período de quarentena dos infectados. Questionada pelo Estadão, a pasta não informou o horário do encontro.
Queiroga ainda comentou o recrudescimento da pandemia no País devido ao avanço da variante ômicron da Covid-19 e argumentou que o impacto da nova onda não deve gerar altas taxas de mortalidade por causa cobertura vacinal da população, atualmente em 67,8% dos brasileiros completamente vacinados com duas doses. O ministro, no entanto, disse que, "no pior cenário", o Ministério "tem capacidade de duplicar os leitos de terapia intensiva".
"Nós temos um cenário polêmico de uma certa incerteza em face da variante ômicron, com aumento de casos, mas nós temos a esperança de que não haja uma explosão de internações hospitalares e também um aumento proporcional de óbitos, porque a nossa população está fortemente vacinada", avaliou.