Com mais uma remessa de vacina pediátrica da Pfizer e o primeiro lote de CoronaVac para crianças, enviados pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (26), Pernambuco tem a expectativa de acelerar a imunização infantil contra covid-19, às vésperas do início do ano letivo. O Estado recebeu, nesta data, 108.240 unidades de CoronaVac, destinadas a crianças de 6 a 11 anos, que serão usadas tanto para as primeiras como as segundas doses contra covid-19. Além delas, mais um lote de vacinas pediátricas da Pfizer, com 87 mil doses do imunizante, chegaram na última madrugada para distribuição entre os municípios pernambucanos. Com essas novas 195.240 doses, o Estado contemplará 15,4% do público infantil entre 5 e 11 anos.
Agora, diante das duas vacinas, muitas famílias têm questionado qual seria a mais segura e eficaz. Em debate da Rádio Jornal desta quarta-feira (26), o médico pediatra Eduardo Jorge da Fonseca Lima, representante da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) no Comitê Técnico Estadual para Acompanhamento da Vacinação contra a Covid-19, explicou que a CoronaVac e a Pfizer pediátrica foram estudadas na população infantil e apresentaram bons resultados.
"O mais importante é que as duas vacinas oferecem uma proteção superior a 87% de efetividade, que é o estudo da vida real, aquele feito depois que a vacina é introduzida e aplicada em toda a população", disse. O médico acrescentou que a CoronaVac tem estudos robustos no Chile e na China, e a Pfizer também passou por pesquisas que demonstraram eficácia da versão pediátrica do imunizante. "A gente implora aos pais que vacinem as suas crianças."
Sobre a volta às aulas presenciais, Eduardo Jorge manifestou a opinião de que é totalmente a favor do retorno, desde que aconteça com todos os protocolos de segurança. "A gestão de risco tem várias camadas. Uma delas é a primeira dose da vacina, que já dá uma certa proteção, sendo Pfizer ou CoronaVac. Mas evidentemente que é necessário completar o esquema com a segunda dose. A questão é que o debate de volta às aulas não deve se limitar à vacinação. A discussão deve ser baseada nas medidas de segurança que a escola oferece", destacou. Ele sublinhou que os professores devem estar todos vacinados com as três doses e usar máscara de qualidade, como a N95 e a PFF2. Para Eduardo Jorge, o retorno às aulas presenciais deve ocorrer porque o sistema de ensino online, em 2020 e 2021, mostrou-se prejudicial não apenas para a aprendizagem, mas também para a saúde mental e nutricional na infância.
"Com este primeiro envio (de CoronaVac) do governo federal para os menores, a expectativa é acelerar o processo de imunização do público infantil em Pernambuco, principalmente porque o intervalo da segunda dose da Coronavac se faz com 28 dias. Conseguiremos uma imunização mais precoce das nossas crianças", acredita o secretário Estadual de Saúde, André Longo. Os municípios podem também ampliar a vacinação com a Pfizer pediátrica para todos os grupos etários permitidos para o imunizante — ou seja, todas as crianças de 5 a 11 anos.
A superintendente de Imunizações de Pernambuco, Ana Catarina de Melo, ressalta que, como as duas vacinas pediátricas têm características diferentes de aplicação e manuseio, os gestores devem ficar atentos às estratégias de vacinação. "Podem receber a vacina CoronaVac as crianças de 6 a 11 anos, exceto as imunossuprimidas, que devem receber exclusivamente a Pfizer. As crianças de 5 anos, por causa da idade, também só podem receber o imunizante da Pfizer", ressalta Ana Catarina, que participou também, pela manhã, do debate sobre o tema na Rádio Jornal.
Desde o primeiro envio de vacinas para as crianças em Pernambuco, no último dia 14, foram entregues 315.240 doses de imunizantes para o público infantil, sendo 207 mil doses da vacina pediátrica da Pfizer e 108.240 doses da CoronaVac.