O novo coronavírus deve continuar circulando pelos próximos anos. É o que afirma o médico e doutor Roberto Kalil Filho, diretor geral do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo. "Não tenho dúvida nenhuma de que essa doença vai continuar", disse o médico, em entrevista ao Passando a Limpo, da Rádio Jornal.
O especialista falou durante a entrevista que o vírus deve se comportar como o da gripe, que está há décadas em circulação, mas enfatizando o poder da vacinação. "Assim como é com o vírus da gripe. O H1N1 está aí até hoje, há décadas. A covid-19 com certeza vai continuar entre nós, e vamos respeitar as campanhas de vacinação, que vai entrar numa rotina provavelmente nos próximos anos - assim como o vírus da gripe. Nós temos que nos cuidar com vacinação, a única arma contra esse vírus", disse o médico na entrevista.
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Roberto Kalil alertou para os efeitos prolongados da covid-19, conhecidos como a "covid longa". "Covid longa é uma realidade. Acreditava-se que o vírus era uma doença aguda, e você com menor ou maior gravidade, se curava e pronto. Mas tem consequências tardias, sim, em todo o organismo. Inclusive, no sistema cardiovascular", disse o doutor.
"Em um estudo recentemente Nature, que saiu em fevereiro, com o seguimento de 12 meses nos pacientes pós-covid. E você tem uma incidência de acidente vascular cerebral, nos 12 meses após a covid, e tem doenças como infarto, arritmia cardíaca, embolia no pulmão, insuficiência cardíaca. Há várias doenças no sistema cardiovascular, o que se chama de covid-19 longa", aponta o médico cardiologista sobre os efeitos prolongados da doença, que exige cuidados e acompanhamentos do paciente depois da recuperação.
O uso de máscaras contra a covid-19
Com o avanço da vacinação e a queda no número de casos da doença, muitos estados revogaram a obrigatoriedade do uso de máscaras no início do ano. Com a tendência de crescimento de novos casos de covid-19 em diversas unidades federativas, muito se debate sobre a obrigatoriedade nos espaços fechados novamente.
"São estudos feitos e as autoridades sanitárias são capazes de rastrear onde o vírus está mais intenso e onde não está. Então, foi liberada com todas as regras da não utilização da máscara. Nos hospitais e nas unidades de saúde continuamos usando as máscaras obrigatoriamente. As pessoas têm que ver se está havendo contaminação, se está tendo o aumento de contaminação no ambiente com a não utilização das máscaras", aponta Roberto Kalil.
Ele explica que isso, daqui para frente, é mais flexível e o cenário deve ser observado a partir de cada ambiente. "Agora são flexíveis, acredito que daqui para frente se tiver ambiente (como no Congresso Nacional) om aumento de contaminação, volta a utilização das máscaras. É assim que vejo com a variante da ômicron. Tem que ser usado o bom senso", explicou.