SAÚDE PÚBLICA

Hospital da Restauração: SES-PE diz ter sido surpreendida e afirma que interdição em alas do hospital 'não seguiu ritos'

No comunicado, a secretaria afirma, ainda, que a ação "não seguiu os ritos e os trâmites necessários e só coloca em risco a assistência à população pernambucana"

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Bruno Vinicius

Publicado em 06/07/2022 às 15:03 | Atualizado em 06/07/2022 às 19:48
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Depois do Hospital da Restauração ter uma interdição ética na enfermaria pelo Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE), a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) emitiu uma nota afirmando que a direção hospitalar foi "surpreendida" pela ação do conselho da categoria. 

No comunicado, a SES-PE afirma ainda que a ação "não seguiu os ritos e os trâmites necessários e só coloca em risco a assistência à população pernambucana". Segundo o Coren-PE, é realizada a interdição ética dos serviços de Enfermagem das alas laranja (1 e 2) e vermelha do HR.

Com publicação no Diário Oficial do Estado, o conselho frisou que tem "a comprovação da incapacidade da unidade em oferecer segurança aos profissionais e pacientes para a manutenção dos cuidados prestados", diz o trecho que fundamenta a ação.

No comunicado, a Secretaria Estadual de Saúde diz que tem atuado para melhor a estrutura do Hospital da Restauração. "No último mês, foi lançada a licitação para a primeira etapa das obras, que inclui a recuperação de toda fachada e também da coberta, reforçando, assim, a estrutura do hospital contra processos de infiltração", afirma a nota.

"Já nos próximos dias, será lançado o edital para a segunda etapa das obras. Ao todo, serão investidos R$ 24 milhões na unidade, que vai passar ainda por serviços de revisão e recuperação de toda a infraestrutura, além de renovação do parque tecnológico", pontuou sobre as ações previstas.

Ampliação da rede de retaguarda da unidade hospitalar

A SES ainda afirma que tem trabalhado para a ampliar a rede de retaguarda da unidade hospitalar e, que a partir da Central Estadual de Regulação de Leitos, consegue reduzir em 30% o envio de pacientes ao HR.

"Para ter uma ideia, somente em junho, quase 600 pacientes foram transferidos do HR para o Hospital de Retaguarda em Neurologia (HRN) e outras unidades da rede. Além disso, o antigo Hospital Alfa, que estava atuando como referência para a Covid-19, já está funcionando com um novo perfil assistencial, recebendo pacientes encaminhados pelo Hospital da Restauração", pontua. 

Resposta do Hospital da Restauração

Em entrevista coletiva realizada na tarde desta quarta-feira (6), o diretor do hospital, Miguel Arcanjo, falou como recebeu a informação da "interdição ética" do setor da enfermaria. "Com surpresa e indignação. Estamos diante da Emergência que atende todos os polos de traumas do estado de Pernambuco. O único com serviço de: neurocirurgia, queimados, hemorragia digestiva, além de cirurgia geral, vascular, bucomaxilofacial, traumatológica, entre outras especialidades. E, a enfermagem, tem um papel fundamental na assistência ao paciente. Nós, enquanto médicos, recebemos os pacientes e fazemos as medidas cabíveis, mas a enfermagem é que continua o procedimento, o cuidado com o paciente", explicou o médico Miguel Arcanjo.

O diretor do HR também aproveitou o momento para esclarecer que conversou com os enfermeiros e a situação foi contornada. "Conversamos com grupo de enfermagem do hospital e os profissionais entenderam a situação e continuamos a trabalhar normalmente. Com relação ao mês de maio, hoje nós temos 35% a 40% a menos de pacientes na emergência. Esses pacientes nós conseguimos encaminhá-los para o antigo Hospital Alfa (Hospital Nossa Senhora das Graças) assim que eles saem do protocolo cirúrgico", disse Miguel Arcanjo, garantindo que o contingente atual é inferior em comparação há dois meses.

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