Um tratamento inédito aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) beneficiará pessoas que têm asma grave, forma de difícil controle da doença.
O tezepelumabe é o primeiro e único anticorpo monoclonal com indicação ampla contra a asma grave, sem restrições de fenótipo (eosinofílico ou alérgico, por exemplo), nem biomarcadores.
A terapia com tezepelumabe é indicada para o tratamento adicional de manutenção de pacientes com asma grave, com idade a partir de 12 anos. ACOMPANHE ESTA MATÉRIA ATÉ O FINAL PARA SABER MAIS SOBRE O MEDICAMENTO TEZEPELUMABE.
A asma é uma doença respiratória crônica causada pela inflamação das vias aéreas - os canais responsáveis por levar o ar aos pulmões.
Quando está em crise, o paciente pode ter falta de ar, tosse, pressão no peito e irritação na garganta, entre outros sintomas.
Estima-se que 20 milhões de brasileiros tenham a doença. Desse total, de 5% a 10% apresentam a forma grave de asma.
A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia define a asma como uma doença comum das vias aéreas ou brônquios (tubos que levam o ar para dentro dos pulmões), causada por inflamação das vias aéreas. A asma causa os seguintes sintomas:
Esses sintomas variam durante o dia e podem piorar à noite ou de madrugada, como também com a realização de atividades físicas.
Os sintomas também variam bastante ao longo do tempo. Às vezes, desaparecem sozinhos, mas a asma continua lá, uma vez que não tem cura.
Segundo o Departamento Científico de Asma da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, a asma é considerada grave quando, apesar da utilização de altas doses de duas ou três medicações de controle associadas, ainda existem sintomas, exacerbações e limitações no dia a dia.
Embora sem cura, a asma tem controle. Com o tratamento adequado, o paciente pode levar uma vida ativa e saudável, sem restrições para atividades físicas.
A maioria dos pacientes com asma é tratada com dois tipos de medicação, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia:
As medicações controladoras reduzem a inflamação dos brônquios.
As principais medicações controladoras são os corticoides inalados isolados ou em associação com uma droga broncodilatadora de ação prolongada.
As medicações controladoras diminuem o risco de crises de asma e evitam a perda futura da capacidade respiratória.
O uso correto da medicação controladora diminui muito ou até elimina a necessidade da medicação de alívio.
Muitos pacientes ainda convivem, contudo, com sintomas e enfrentam crises de asma.
É importante frisar que as crises de asma figuram entre as principais causas de internação no Brasil, com cerca de 350 mil casos por ano.
"Por isso, é tão importante ter mais um recurso terapêutico disponível (o tezepelumabe), e específico para os casos de difícil controle", afirma a diretora médica da AstraZeneca Brasil, Marina Belhaus.
"Uma vantagem relevante do novo medicamento (o tezepelumabe) é a sua possibilidade de uso sem exames para biomarcadores ou fenotipagem. Isso confere mais agilidade ao tratamento", aponta o pneumologista Mauro Gomes, professor assistente da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
O novo tratamento, o tezepelumabe, é um produto biológico de primeira classe para asma grave, que atua no topo da cascata inflamatória, tendo como alvo a linfopoietinaestromal tímica (TSLP), uma citocina epitelial.
Nos estudos clínicos PATHWAY fase II e NAVIGATOR fase III, que incluíram ampla população com asma severa, a terapia reduziu de forma consistente e significativa as exacerbações da asma, independentemente dos principais biomarcadores, incluindo contagem sanguínea de eosinófilos, status alérgico e fração de óxido nítrico exalado (FeNO).