Pernambuco registrou, na última semana do mês de outubro, um aumento na procura e também na positividade para a covid-19 nos centros de testagem estaduais.
Na semana epidemiológica de número 43, que compreende os dias de 23 a 29 de outubro, foi observada uma positividade de 11,8% para covid-19.
Nesse período, dos 440 testes rápidos de antígeno realizados nos pontos do TestaPE, 52 deram positivo para o coronavírus. Na semana anterior, de número 42, a positividade girou em torno de 4,1%. Das 362 amostras coletadas, 15 confirmaram para a doença.
Já no Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Milton Bezerra Sobral (Lacen-PE), a positividade geral para covid-19, que esteve por seis semanas seguidas abaixo de 0,5%, está agora em 1,13%.
O Lacen-PE realiza testes de RT-PCR das amostras enviadas pelos hospitais de referência, unidades sentinela e também de exames aleatórios dos centros de testagem.
Apesar de reconhecer que se trata de índices muito abaixo dos piores momentos da pandemia, quando a positividade para a covid-19 chegou a mais de 50%, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) volta a alertar para a importância dos cuidados, assim como reforça a importância da vacinação.
Segundo o médico infectologista Demetrius Montenegro, chefe do Setor de Doenças Infecciosas do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), o aumento do número de casos já é observado no dia a dia dos atendimentos. "Começam a chegar ligações e mensagens de WhatsApp em que se comenta que um colega, um amigo, um paciente têm exame positivo para covid-19 ou estão com sintomatologia de gripe", diz.
Ele acrescenta que, neste momento, é muito importante valorizar a testagem. "Já que a própria epidemiologia já vem mostrando aumento no número de casos, quem apresentar sintomatologia respiratória deve fazer o exame e não dizer já que é gripe, deixar por isso mesmo e não fazer o teste", reforça Demetrius. Ele diz que o exame é essencial porque "quem positivar deve se manter isolado para não transmitir para outras pessoas. É muito importante neste momento".
Atualmente, 87,08% da população pernambucana acima dos 3 anos de idade tomaram ao menos duas doses da vacina contra a covid-19, ou a vacina de dose única.
No entanto, quando se faz uma análise entre os idosos a partir dos 60 anos e as crianças entre 3 e 11 anos, dois dos grupos mais vulneráveis para agravamento da covid-19, acende-se o sinal de alerta.
Entre os idosos a partir dos 60 anos, que estão aptos a tomar a 4ª dose contra covid-19, apenas 11% se imunizaram com todas as quatro aplicações.
Já as crianças de 3 a 11 anos, aptas a tomar a 2ª dose, estão somente com 34% de cobertura vacinal para a doença (com as duas doses).
"Monitoramos permanentemente o cenário epidemiológico da covid no território pernambucano. A sociedade precisa ficar atenta, pois o vírus continua circulando entre nós. Em uma semana, passamos de 4% de positividade para quase 12%", alerta o secretário Estadual de Saúde, André Longo.
"Não podemos baixar a guarda, principalmente entre as populações mais vulneráveis para a doença. Quem está com sintoma gripal deve usar a máscara, fazer a testagem para a doença e cumprir o tempo de isolamento", acrescenta.
O secretário ainda destaca que os imunossuprimidos e os idosos também precisam reforçar os cuidados, como o uso de máscaras. E os pais das crianças e jovens devem levar seus filhos para se vacinarem contra a doença. "Só assim controlaremos a circulação do vírus em nosso Estado."
Sobre a aplicação das doses de reforço, André Longo destaca que os esquemas de imunização são seguros e eficazes. "Todos os dados comprovam que as vacinas, além de serem seguras, evitam casos graves e óbitos. Por isso, precisamos que todos estejam em dia com todas as doses disponíveis."
Vale lembrar que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já aprovou o uso da vacina da Pfizer em crianças de 6 meses a 4 anos.
Na última semana, o Ministério da Saúde (MS) recebeu 1 milhão de doses da vacina contra covid-19 da Pfizer destinadas para crianças de 6 meses a 2 anos com comorbidades.
O Programa Estadual de Imunização (PEI-PE) já solicitou o envio de remessas para Pernambuco, de acordo com as necessidades elencadas pelos municípios, assim como orientou os gestores quanto à correta aplicação destas doses segundo protocolos do órgão federal.
"Precisamos continuar avançando na vacinação contra a doença. Pessoas não imunizadas ou com o esquema atrasado podem gerar bolsões de suscetíveis ao vírus, inclusive às formas graves", frisa a superintendente de Imunizações de Pernambuco, Ana Catarina de Melo.
"Neste momento, é fundamental incentivar ainda mais a imunização entre os públicos mais vulneráveis, como é o caso das crianças. Os municípios devem continuar incentivando e fortalecendo suas estratégias de vacinação, desburocratizando o acesso à vacina", complementa.
Continuam em funcionamento três postos estaduais de testagem:
É importante ressaltar que, além dos centros estaduais, a população pode procurar os serviços geridos pelos municípios.
A SES-PE assegura que tem enviado regularmente remessas de testes rápidos de antígeno, por meio do Programa TestaPE, para os gestores municipais reforçarem suas estratégias de testagem.