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Saúde e Bem-estar

Por Cinthya Leite e equipe
DEMOGRAFIA

Mundo chega a 8 bilhões de habitantes este mês; saiba a data projetada pela ONU

Secretário da ONU diz que ocasião é um momento para "admirar os avanços na saúde que aumentaram a longevidade", mas acesso igualitário aos serviços ainda é um desafio a ser vencido

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Cinthya Leite

Publicado em 06/11/2022 às 17:43 | Atualizado em 11/11/2022 às 14:35
A parcela da população global com 65 anos ou mais deverá aumentar de 10% em 2022 para 16% em 2050 - MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

A população global está perto de atingir 8 bilhões, segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU).

A Índia deve superar a China como o país mais populoso do mundo em 2023, de acordo com o relatório "World Population Prospects 2022".  

8 BILHÕES DE PESSOAS NO MUNDO

"Esta é uma ocasião (nascimento do oitavo bilionésimo habitante da Terra) para celebrar nossa diversidade, reconhecer nossa humanidade e admirar os avanços na saúde que aumentaram a longevidade e reduziram drasticamente as taxas de mortalidade materno-infantil", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, em 11 de julho, data marcada pelo Dia Mundial da População. 

"Ao mesmo tempo, é um lembrete sobre a nossa responsabilidade compartilhada de cuidar de nosso planeta. É também um momento para refletir que ainda estamos aquém dos nossos compromissos com o outro", acrescentou. 

O DIA EM QUE A TERRA VAI ATINGIR 8 BILHÕES DE PESSOAS

Estimativas da ONU projetam que, no dia 15 de novembro de 2022, o mundo alcance 8 bilhões de habitantes. 

A população global cresce num ritmo mais lento desde 1950, apresentando uma queda de 1% em 2020. As últimas projeções das Nações Unidas indicam que a população mundial deve chegar a 8,5 bilhões em 2030 e 9,7 bilhões em 2050.

Mais da metade do aumento projetado da população global, até 2050, estará concentrado em oito países: República Democrática do Congo, Egito, Etiópia, Índia, Nigéria, Paquistão, Filipinas e República Unida da Tanzânia.

A estimativa é de que os países da África Subsaariana contribuam com mais da metade do aumento previsto até 2050.

"A relação entre crescimento populacional e desenvolvimento sustentável é complexa e multidimensional", disse o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais, Liu Zhenmin.

"O rápido crescimento populacional torna mais difícil erradicar a pobreza, combater a fome e a desnutrição e aumentar a cobertura dos sistemas de saúde e educação", acrescentou.

Ele destaca ainda que, por outro lado, alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente aqueles relacionados à saúde, educação e igualdade de gênero, contribuirá para reduzir os níveis de fertilidade e para desacelerar o crescimento da população global.

A estimativa é de que a população atinja um pico de cerca de 10,4 bilhões de pessoas durante a década de 2080 e permaneça neste nível até 2100.

O relatório “World Population Prospects 2022” também afirma que a fecundidade caiu acentuadamente nas últimas décadas para muitos países.

Hoje, dois terços da população global vivem num país ou região onde a fecundidade, ao longo da vida, está abaixo de 2,1 nascimentos por mulher, aproximadamente o nível necessário para um crescimento zero a longo prazo para uma população com baixa mortalidade.

Estima-se que as populações de 61 países diminuam 1% ou mais entre 2022 e 2050, devido aos baixos níveis de fecundidade e, em alguns casos, às elevadas taxas de emigração.

 

Na maioria dos países da África Subsaariana, bem como em partes da Ásia e da América Latina e Caribe, a parcela da população em idade ativa (entre 25 e 64 anos) vem aumentando graças às recentes reduções de fecundidade.

Essa mudança na distribuição etária oferece uma oportunidade para o crescimento econômico acelerado per capita, conhecido como “dividendo demográfico”.

Para maximizar os benefícios potenciais de uma distribuição etária favorável, os países devem investir no desenvolvimento adicional de seu capital humano, garantindo o acesso a cuidados de saúde e educação de qualidade em todas as idades e promovendo oportunidades de emprego produtivo e trabalho decente.

A parcela da população global com 65 anos ou mais deverá aumentar de 10% em 2022 para 16% em 2050. Espera-se que o número de pessoas com 65 anos ou mais em todo o mundo seja mais do que o dobro do número de crianças com menos de 5 anos, e aproximadamente o mesmo que o número de crianças com menos de 12 anos.

Os países com populações idosas devem adaptar seus programas públicos para o número crescente de idosos, implementando cuidados de saúde universais e sistemas de cuidados de longo prazo, além de melhorar a sustentabilidade dos programas de previdência social e aposentadoria.

A expectativa de vida global ao nascer atingiu 72,8 anos em 2019 - uma melhoria de quase 9 anos desde 1990. Estima-se que novas reduções na mortalidade resultem em uma longevidade global média de cerca de 77,2 anos em 2050. Ainda em 2021, a expectativa de vida para os países menos desenvolvidos ficou 7 anos atrás da média global.

A pandemia de covid-19 afetou os três componentes da mudança populacional. A expectativa de vida global ao nascer caiu para 71,0 anos em 2021.

Em alguns países, ondas sucessivas da pandemia podem ter produzido reduções de curto prazo no número de gestações e nascimentos, enquanto para muitos países há poucas evidências do impacto nos níveis ou tendências de fecundidade.

A pandemia restringiu severamente todas as formas de mobilidade humana, incluindo a migração internacional.

"Mais ações dos governos destinadas a reduzir a fecundidade teriam pouco impacto no ritmo de crescimento populacional entre agora e meados do século devido à estrutura etária jovem da população global de hoje. No entanto, o efeito cumulativo da menor fecundidade, se mantido por várias décadas, pode ser uma desaceleração mais substancial do crescimento da população global na segunda metade do século", explicou o diretor da Divisão de População do Departamento de Economia e Assuntos Sociais da ONU, John Wilmoth.

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