Ao longo desta semana, o caos no Hospital Otávio de Freitas (HOF), localizado no bairro de Tejipió, Zona Oeste do Recife, voltou à tona devido à continuidade de precárias condições de atendimento à população.
A reportagem da TV Jornal mostrou, em três dias consecutivos, cenas que revelam o caos de um hospital que, diferentemente do que temos noticiado, era para ser exemplar nas especialidades em que é referência: traumato-ortopedia (adulto e pediatria), cirurgia geral, pediatria e clínica médica.
O Otávio de Freitas, que é a única emergência urológica do Estado, é um retrato de muitas das feridas e dores vividas na Saúde de Pernambuco nos últimos anos e que foram escancaradas com a maior crise sanitária deste século: a pandemia de covid-19.
Sem infraestrutura e planejamento para acomodar os pacientes de forma digna e adequada, o hospital chegou a ter, nesta semana, nem mais nem espaço internamente para oferecer assistência às pessoas internadas.
As macas ficaram pelo chão em uma área externa, próxima ao jardim da unidade. Os pacientes permaneceram expostos ao sol e chuva, além de terem dividido o espaço externo com caixas condensadoras de ar-condicionado.
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Em nota enviada à reportagem do JC neste sábado (12), a direção do Hospital Otávio de Freitas (HOF), através da Secretaria Estadual de Saúde (SES), informou que realizou força-tarefa ao longo da semana para admitir os pacientes que chegam à unidade de saúde e qualificar a assistência.
Somente entre a última quarta-feira (9/11) e sexta-feira (11/11), 200 atendimentos e 40 procedimentos foram realizados no serviço, disse a SES.
"Importante frisar que todos estão sendo atendidos e recebendo o suporte necessário no interior da unidade. Nos últimos dias, pacientes precisaram ser deslocados temporariamente para trabalho de limpeza e higienização necessária dos corredores, protocolo realizado para evitar disseminação de doenças", diz a nota.
"Para dar maior rotatividade aos leitos, a direção tem agilizado ainda mais a definição dos planos terapêuticos, com a administração dos tratamentos medicamentosos, além da realização de exames e dos procedimentos cirúrgicos de urgência, para acelerar a alta hospitalar. Além disso, quando necessário, o HOF realiza a transferência para a rede conveniada."
A SES acrescentou que as escalas estão preenchidas, com as equipes multiprofissionais necessárias em todos os plantões.
Na nota, a secretaria ainda frisou que o HOF recebe diariamente dezenas de pacientes de diversas regiões do Estado, sendo referência para atendimentos de urgência nas especialidades de traumato-ortopedia (adulto e pediatria), cirurgia geral, pediatria, clínica médica e única emergência urológica do Estado, "absorvendo demandas que deveriam ser encaminhadas para a rede de atenção primária".