O medicamento Paxlovid (nirmatrelvir + ritonavir), utilizado no tratamento da covid-19, já chegou para a rede pública de saúde em Pernambuco.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), o Ministério da Saúde enviou, para Pernambuco, 2.045 kits do Paxlovid (antiviral nirmatrelvir + ritonavir).
"Foi pactuado, na reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), os critérios para distribuição e dispensação no Estado de 2.045 kits do antiviral nirmatrelvir + ritonavir, medicamentos enviados pelo Ministério da Saúde para tratamento, em caráter experimental, da covid-19", informou a SES-PE.
A reunião da CIB foi realizada, na segunda-feira (21), quando o Estado também autorizou a aplicação de uma quinta dose (terceira dose de reforço) da vacina contra a covid-19 nas pessoas com 80 anos ou mais.
"Segundo recomendações do órgão federal, os pré-requisitos para uso da associação dos fármacos são pacientes com teste positivo para a doença, que não requerem o uso de oxigênio suplementar e que estejam até o quinto dia do início dos sintomas", explicou a SES-PE.
A pasta também acrescentou que "o público-alvo para o tratamento experimental são pacientes imunossuprimidos com 18 anos ou mais ou pacientes em geral a partir de 65 anos".
Diante da pouca quantidade recebida, de acordo com a SES, ficou definido que os kits serão encaminhados, nesta quarta-feira (23), para as sedes das Gerências Regionais de Saúde (Geres).
"Cada Gerência deverá se reunir com os municípios, nos próximos dias, para pactuar e organizar a distribuição dos fármacos", complementou.
Na segunda-feira (21), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a venda do medicamento Paxlovid (nirmatrelvir + ritonavir), utilizado no tratamento da covid-19, para farmácias e hospitais particulares do País.
Para comprar nas farmácias, é necessário apresentar uma prescrição médica (receita).
A decisão autoriza o fornecimento do medicamento para o mercado privado, com a rotulagem e bula em português de Portugal e em espanhol (veja mais sobre a bula ao longo desta reportagem).
Os diretores também aprovaram a ampliação da validade do medicamento de 12 meses para 18 meses.
A venda em farmácias deve ser feita sob prescrição médica, com dispensação e orientação pelo farmacêutico ao paciente sobre o uso correto do medicamento.
A autorização da Anvisa prevê ainda que o fabricante deve manter e priorizar o abastecimento para o programa do Sistema Único de Saúde (SUS).
A aprovação levou em consideração a venda do medicamento ao mercado privado em outros países com autoridades internacionais de referência, como Estados Unidos e Canadá.
A medida também considerou o cenário epidemiológico atual, com a circulação das novas subvariantes da ômicron e o aumento de casos da doença no Brasil.
Segundo a diretora relatora da Anvisa, Meiruze Freitas, a venda no mercado privado aumentará a facilidade de acesso ao tratamento da covid-19, já que o medicamento deve ser tomado dentro de cinco dias após o início dos sintomas.
"O diagnóstico precoce e o tratamento ambulatorial, quando necessário, são importantes para evitar a progressão da doença para casos graves", afirmou.
A diretora reiterou ainda que o tratamento não substitui a vacinação.
"A vacinação continua sendo a melhor estratégia para evitar a covid-19, as hospitalizações e os óbitos", complementou Meiruze Freitas.
O Paxlovid, utilizado no tratamento da covid-19, teve seu uso emergencial aprovado no Brasil em 30 de março deste ano.
O Paxlovid é composto por comprimidos de nirmatrelvir e ritonavir embalados e administrados juntos.
Comprimido revestido, na concentração de 150 mg em cada comprimido revestido de nirmatrelvir e 100 mg em cada comprimido revestido de ritonavir.
O Paxlovid é indicado para o tratamento da doença em adultos que não requerem oxigênio suplementar e que apresentam risco aumentado de progressão para covid-19 grave.
O medicamento é de uso adulto, com venda sob prescrição médica.
A reportagem do JC entrou em contato com a assessoria de imprensa da Pfizer Brasil para saber o preço médio do Paxlovid nas farmácias, mas não obteve resposta sobre o valor.
A farmacêutica, em nota, informou que "está trabalhando para trazer o antiviral Paxlovid (nirmatrelvir + ritonavir) ao mercado privado nacional em breve. Com a aprovação da autoridade regulatória, anunciada hoje (21/11), a empresa iniciará o processo de importação para posterior comercialização do produto, o que buscará fazer da forma mais célere possível".
O Paxlovid é composto por comprimidos de nirmatrelvir e ritonavir embalados juntos, que também devem ser administrados juntos.
A posologia recomendada é de 300 mg de nirmatrelvir (dois comprimidos de 150 mg) com 100 mg de ritonavir (um comprimido de 100 mg), todos tomados juntos por via oral, duas vezes ao dia, durante cinco dias.
O medicamento deve ser administrado assim que possível, após o resultado positivo do teste diagnóstico para o coronavírus e avaliação médica, e no prazo de cinco dias após o início dos sintomas.
Paxlovid deve ser dispensado nas farmácias, exclusivamente pelo farmacêutico, que deve informar que o medicamento é de uso individual e exclusivo ao paciente que passou por avaliação médica e que recebeu a prescrição médica.
O Paxlovid não deve ser utilizado por indivíduos sem a devida avaliação médica.
Cumpre ao farmacêutico também realizar as demais orientações quanto à posologia, ao modo de uso e às interações, ou seja, informações quanto ao uso correto do medicamento.
O Paxlovid não está autorizado para tratamento de pacientes que requerem hospitalização devido a manifestações graves ou críticas da covid-19.
Paxlovid também não está autorizado para profilaxia pré ou pós-exposição para prevenção da infecção pelo coronavírus.
O medicamento não está autorizado para uso por mais de cinco dias.
Além disso, como não há dados do uso do Paxlovid em mulheres grávidas, recomenda-se que seja evitada a gravidez durante o tratamento com o referido medicamento e, como medida preventiva, até sete dias após o término do tratamento.
O Paxlovid não é recomendado para pacientes com insuficiência renal grave ou com falha renal, uma vez que a dose para essa população ainda não foi estabelecida.