O uso indiscriminado do medicamento paracetamol voltou a ser fonte de discussão em Brasília nesta terça-feira (6).
Durante a reunião da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, foi aprovado o requerimento 64/2022, que trata da realização de uma audiência pública para discutir o uso do paracetamol durante a gravidez.
De acordo com o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), autor do requerimento, a discussão terá como foco um estudo publicado em 2021 na revista científica Nature Reviews Endocrinology.
Segundo o estudo, o uso do paracetamol na gravidez foi associado ao risco de problemas no neurodesenvolvimento das crianças, como Transtorno do Espectro Autista (TEA).
GRÁVIDA PODE TOMAR PARACETAMOL?
Apesar do medicamento ser visto como seguro, o estudo publicado por pesquisadores de vários países, incluindo o Brasil, serviu como alerta para o uso indiscriminado do paracetamol durante a gravidez.
A pesquisa se debruçou sobre 25 anos de estudos que associam o paracetamol a eventos adversos.
De acordo com o doutor Anderson Andrade, um dos autores do levantamento, em entrevista para a Veja Saúde, o paracetamol é utilizado por cerca de 60% das mulheres grávidas no País.
Apesar de ainda se mostrar inconclusivo, o estudo apontou para um maior risco de problemas no neurodesenvolvimento das crianças, como o autismo.
"Nossa recomendação é que [o paracetamol] seja usado com cautela, pelo menor tempo possível, menores doses e sempre com recomendação médica. É uma orientação que não se afasta do que já existe e é preconizado”, disse.
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PARA QUE SERVE PARACETAMOL?
O paracetamol é um medicamento indicado para alívio da dor de intensidade leve a moderada (enxaqueca, cólicas menstruais, dor de febre após vacinação, etc.).
QUEM NÃO PODE TOMAR PARACETAMOL
- Pessoas alérgicas a paracetamol;
- Pessoas alérgicas a qualquer outro componente da droga;
- Pessoas com doenças no fígado ou rins.