Dor no peito, palpitações cardíacas, falta de ar, tontura, náusea. Esses são sinais e sintomas de ataque cardíaco ou ataque de pânico?
"Todos concordam que não se deve arriscar de que alguns sintomas não sejam um ataque cardíaco. Isso porque os sintomas de um ataque cardíaco e de pânico são tão semelhantes que, às vezes, pode ser difícil dizer a diferença. Em caso de dúvida, é melhor errar por precaução e ser rapidamente avaliado em um pronto-socorro para ter certeza de que não é um ataque cardíaco", explica a médica intensivista Caroline Reigada, especialista em medicina intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira.
O QUE É UM COMEÇO DE INFARTO?
Segundo a médica, os ataques cardíacos podem ser repentinos e intensos, mas a maioria começa lentamente, com dor ou desconforto leve que piora gradualmente ao longo de alguns minutos.
"Esses episódios podem ir e vir várias vezes antes que o ataque cardíaco ocorra. Um ataque cardíaco acontece quando o fluxo sanguíneo que leva oxigênio ao músculo cardíaco é severamente reduzido ou cortado, geralmente pelo bloqueio das artérias coronárias. Ligar para a emergência e obter tratamento imediato são fundamentais", enfatiza a médica.
"Mas se um exame médico mostrar que a saúde do seu coração está boa, a hipótese é de um ataque de pânico, especialmente se o medo intenso, o sintoma característico, acompanha os sintomas físicos", acrescenta.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS DE UM ATAQUE DE PÂNICO?
O ataque de pânico, por outro lado, não é bobagem nem coisa pouca. "Não está tudo na sua cabeça. É a resposta de luta ou fuga. O sistema de alarme está disparando. Mas com um ataque de pânico, é uma torrada queimada, não a casa em chamas", compara.
O transtorno do pânico é um tipo de transtorno de ansiedade que pode causar ataques de pânico repetidos. Segundo estimativas, a síndrome do pânico atinge cerca de 6 milhões de brasileiros.
"A ansiedade tornou-se muito mais comum após o início da pandemia. Os ataques de pânico ocorrem rapidamente e geralmente atingem o pico de intensidade em cerca de 10 minutos. Eles podem ser desencadeados por um evento traumático ou grande estresse da vida, mas também podem ocorrer sem motivo aparente. Eles mexem com a sua cabeça, e seu cérebro não consegue entender o que está acontecendo", explica Caroline.
A médica intensivista lembra que, nesse caso, é fundamental buscar auxílio de um profissional de saúde mental, que pode indicar terapias para reduzir o medo de sensações ruins de pânico.
O transtorno do pânico é muito incompreendido, mas muito tratável, segundo a médica.
"E enquanto um ataque de pânico pode fazer a pessoa se sentir como se estivesse tendo um ataque cardíaco, um ataque cardíaco real é uma emergência médica. A dor no peito é o sintoma mais comum, mas as mulheres são um pouco mais propensas a ter outros sintomas, como falta de ar, náusea e dor nas costas ou na mandíbula", explica Caroline Reigada.
"Apesar de décadas de esforço para aumentar a conscientização, os pacientes e médicos não apreciam que as doenças cardíacas sejam a principal causa de morte das mulheres", diz.
Especialistas dizem que mulheres e homens devem discutir seu risco de ataque cardíaco com um profissional de saúde, que pode ajudar a identificar e tratar fatores de risco como tabagismo, diabetes, pressão alta e colesterol alto. Mas mesmo pessoas sem fatores de risco, podem ter doenças cardíacas. “Então, em caso de dúvida, um médico deve verificar”, finaliza Caroline.