VARIANTE COVID-19: Fiocruz alerta para aumento de NOVA LINHAGEM do coronavírus

Especialistas explicam o atual cenário da emergência sanitária e estimam até quando surgirão variantes do coronavírus
Cinthya Leite
Publicado em 16/01/2023 às 14:40
Hoje há algumas linhagens que a Organização Mundial da Saúde classifica como subvariantes da ômicron sob monitoramento, que devem ser acompanhadas com atenção porque podem ter maior impacto na circulação da covid-19 Foto: BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM


Com informações da Comunicação do Instituto Oswaldo Cruz

Neste ano de 2023, a pandemia provocada pelo novo coronavírus entra no terceiro ano.

Mesmo ofertados gratuitamente, frascos e frascos de imunizantes correm risco de serem descartados devido à baixa procura pela vacinação contra a covid-19, principalmente por aqueles que precisam tomar a dose de reforço recomendada pelas autoridades de saúde.

Dessa maneira, variantes e subvariantes, como a XBB.1.5, recentemente detectada no Brasil, não param de surgir. A consequência é que milhares de novos casos ainda são notificados em todo o mundo.

Para explicar o atual cenário da emergência sanitária, pesquisadoras do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) tiram dúvidas sobre transmissão, vacinação, sequenciamento genômico e notificação de casos.

Desde o começo da pandemia, a equipe do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do IOC/Fiocruz (referência em vírus respiratórios para o Ministério da Saúde e em Covid-19 nas Américas para a Organização Mundial da Saúde) atua no diagnóstico e sequenciamento genético do coronavírus, como também em pesquisas e capacitação de profissionais. 

LINHAGEM COVID XBB.1.5

A linhagem XBB.1.5 do coronavírus, altamente transmissível, é mais uma sublinhagem da variante ômicron. 

"Faz parte do processo natural de evolução do SARS-CoV-2 (coronavírus) adquirir novas mutações para se adaptar à população. Enquanto o vírus circular em altas proporções, existe a possibilidade de surgimento de novas variantes", diz a pesquisadora Paola Resende, do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e uma das curadoras da plataforma Gisaid (principal banco de dados genéticos do coronavírus). 

"Por isso, o ideal é que a gente reduza ao máximo essa circulação, para que as chances de surgimento de uma nova variante, que pode ter maior impacto na dispersão da covid-19, seja reduzida", salienta.

A pesquisadora sublinha que a vacinação é fundamental, pois contribui para o vírus circular menos e reduz a possibilidade de gravidade daqueles indivíduos infectados.

"As medidas não farmacológicas, como o uso de máscaras, também são importantes quando o indivíduo estiver exposto a aglomerações. Isso reduz a chance de transmissão e, consequentemente, o aumento da circulação viral, que eleva a possibilidade de emergência de novas variantes", acrescenta Paola. 

COVID NA CHINA

Em relação à China, especialistas destacam que o aumento de casos no país não é causado pela variante XBB.1.5.

NOVA ONDA DE COVID NA CHINA

"Lá, as variantes que predominam são BA.5.2 e BF.7. Porém, o que vemos, com os dados até o momento, é que a China está com uma vigilância genômica não condizente com o tamanho da sua população e com o número de casos registrados", diz a virologista Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). 

"É preciso aumentar o número de amostras sequenciadas para que possamos ter um panorama mais preciso das variantes em circulação. Além disso, com a escalada de casos, pode ocorrer o aparecimento de outras variantes. Não quer dizer que isso necessariamente vai acontecer. Mas, quanto mais o vírus se multiplica, maior a chance de mutações", complementa Marilda. 

 

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