Emocionada, a atriz e apresentadora do podcast Quem Pode Pod, Giovanna Ewbank, 36 anos, revelou nesta semana que o seu filho do meio - Bless, de 8 anos - havia sido diagnosticado com uma síndrome sensorial.
Durante o programa, a atriz relatou que Bless começou a agir de forma incomum durante a pandemia, o que a fez cogitar a possibilidade do filho ser autista.
A descoberta de que Bless tinha uma síndrome sensorial, porém, veio após a atriz levá-lo a uma médica em São Paulo, que identificou a condição no garoto, de acordo com ela.
O QUE É SÍNDROME SENSORIAL
A disfunção de integração sensorial - termo utilizado pela literatura - trata-se de uma dificuldade do cérebro para processar determinadas informações sensoriais provocadas por estímulos externos.
Assim, é comum que crianças com a disfunção de integração sensorial tenham dificuldades para realizar uma série de atividades, o que pode afetar o desenvolvimento delas.
“Existem diversos padrões, mas o que mais se percebe é quando a criança tem dificuldade para tocar em determinadas texturas, têm medo exacerbado em relação a alguns movimentos ou se privam de fazer determinadas atividades”, explica Rayssa Costa, Terapeuta Ocupacional especializada no atendimento de crianças com a síndrome.
COMO É O DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME SENSORIAL?
O diagnóstico da disfunção de integração sensorial é feito através da avaliação de profissionais especializados - neuropediatra ou um terapeuta ocupacional.
Durante o acompanhamento, o terapeuta irá buscar identificar os estímulos que impactam negativamente as crianças durante a realização de determinadas atividades
"A forma que estas crianças observam e experimentam o mundo é um pouco diferente - sensorialmente falando. E isso é expressado nos comportamentos. Geralmente temos o comportamento de recusa ou de busca por determinados tipos de estímulos", explica Priscylla Cavalcanti, terapeuta ocupacional do Entrefases e especialista em Neurociência Aplicada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Crianças com disfunção de integração sensorial podem apresentar as seguintes características:
Sintomas de hipersensibilidade
- maior sensibilidade às luzes, o que causa incômodo aos olhos
- aumento da percepção dos sons - barulhos se tornam mais intensos
- aumento da sensibilidade do olfato - alguns cheiros podem incomodar os pequenos
- dificuldade de tocar em objetos de diferentes texturas - alimentos também
Sintomas de hiposensibilidade
A criança tem dificuldade para sentir cheiros ou gostos, o que faz com que elas levem objetos até a boca ou se exponham a sons muito altos.
COMO É O TRATAMENTO DA SÍNDROME SENSORIAL
O tratamento de crianças com disfunção de integração sensorial não deve ser confundido como uma cura, visto que a condição não se trata de uma doença.
Por isso, o acompanhamento da criança com essa disfunção busca atenuar os efeitos causados por estímulos sensoriais identificados como negativos.
"Utilizamos um setting terapêutico para promover estímulos e situações onde o cérebro das crianças irá criar novos caminhos neurológicos para que elas possam aprender a lidar com essas situações de forma funcional”, comenta Priscylla.
Veja como é o acompanhamento das crianças com síndrome sensorial no setting terapêutico
APOIO DOS PAIS E PESSOAS PRÓXIMAS É ESSENCIAL DURANTE O ACOMPANHAMENTO
A especialista também adverte que o acompanhamento das crianças com a disfunção de integração sensorial também deve ser estendido para além do setting terapêutico.
"Muitas vezes será preciso uma série de acomodações sensoriais para tornar esses ambientes [casa, escola, casa de familiares próximos] em ambientes ricos para a participação da criança, tendo em vista que, muitas vezes, esse ambiente pode ofertar uma "ameaça sensorial" para elas", pontuou.