Olha só que boa notícia neste Dia Mundial do Café (14 de abril): uma pesquisa recente publicada no European Journal of Preventive Cardiology, um periódico científico da Sociedade Europeia de Cardiologia, apresenta uma associação entre o consumo de xícaras de café e benefícios para a saúde.
"Os resultados se aplicaram às variedades moídas, instantâneas e descafeinadas. Os três tipos foram associados a reduções equivalentes na incidência de doenças cardiovasculares e morte por doença cardiovascular ou qualquer outra causa", diz a médica nefrologista Caroline Reigada, especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira.
"Os resultados sugerem que a ingestão de leve a moderada de café moído, instantâneo e descafeinado deve ser considerada parte de um estilo de vida saudável", afirma.
Mas a pergunta que muita gente faz, especialmente neste Dia do Café, é esta abaixo:
O mesmo estudo do European Journal of Preventive Cardiology revelou que beber duas a três xícaras de café por dia está associado a uma vida útil mais longa e a um menor risco de doenças cardiovasculares, em comparação com evitar o café.
O estudo examinou as associações entre tipos de café e arritmias incidentes, doenças cardiovasculares e morte usando dados do UK Biobank, que recrutou adultos entre 40 e 69 anos de idade.
A doença cardiovascular foi composta por doença cardíaca coronária, insuficiência cardíaca congestiva e acidente vascular cerebral isquêmico.
O estudo incluiu 449.563 participantes livres de arritmias ou outras doenças cardiovasculares no início do estudo. A idade mediana foi de 58 anos e 55,3% eram mulheres.
Os participantes preencheram um questionário perguntando quantas xícaras de café bebiam por dia e se geralmente bebiam café instantâneo, moído (como cappuccino ou café filtrado) ou descafeinado.
Eles foram agrupados em seis categorias de ingestão diária, consistindo em nenhuma, menos de uma, uma, duas a três, quatro a cinco e mais de cinco xícaras por dia.
O tipo usual de café era instantâneo em 198.062 (44,1%) participantes, moído em 82.575 (18,4%) e descafeinado em 68.416 (15,2%). Havia 100.510 (22,4%) não bebedores de café que serviram como grupo de comparação.
Segundo a médica nefrologista Caroline Reigada, especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira, os bebedores de café foram comparados aos não bebedores para a incidência de arritmias, doenças cardiovasculares e morte, após ajuste para idade, sexo, etnia, obesidade, hipertensão arterial, diabetes, apneia obstrutiva do sono, tabagismo e consumo de chá e álcool.
As informações de desfecho foram obtidas de prontuários médicos e registros de óbito.
"Um total de 27.809 (6,2%) participantes morreram durante o acompanhamento. Todos os tipos de café foram associados a uma redução na mortalidade por qualquer causa. A maior redução de risco observada com duas a três xícaras por dia - que, em comparação com não beber café, foi associada a uma probabilidade 14%, 27% e 11% menor de morte para preparações descafeinadas, moídas e instantâneas, respectivamente", informa Caroline Reigada.
A doença cardiovascular foi diagnosticada em 43.173 (9,6%) participantes durante o acompanhamento. Todos os subtipos de café foram associados a uma redução na incidência de doenças cardiovasculares. Mais uma vez, o menor risco foi observado com duas a três xícaras de café por dia - que, em comparação com a abstinência de café, foi associada a uma probabilidade reduzida de 6%, 20% e 9% de doença cardiovascular para café descafeinado, moído e instantâneo, respectivamente.
A arritmia foi diagnosticada em 30.100 (6,7%) participantes durante o acompanhamento.
"Café moído e solúvel, mas não descafeinado, foi associado à redução de arritmias, incluindo fibrilação atrial. Em comparação com não bebedores, os menores riscos foram observados com quatro a cinco xícaras por dia para café moído e duas a três xícaras por dia para café solúvel, com riscos reduzidos de 17% e 12%, respectivamente", relata Caroline Reigada.