Entre janeiro e agosto de 2023, Pernambuco ultrapassou a marca de mil transplantes de órgãos e tecidos. No período, ao todo, foram realizados 1.018 procedimentos - 13% a mais que no mesmo período de 2022, quando foram efetuados 901 transplantes.
Apesar do aumento nos números absolutos, a negativa familiar ainda é responsável por 41% dos motivos da não efetivação das doações no Estado. Essa é uma taxa que chama a atenção no Dia Nacional de Doação de Órgãos (27 de setembro). O mês, inclusive, é marcado pela campanha Setembro Verde.
"O Setembro Verde é uma ação nacional que foi criada para conscientização e incentivo à doação de órgãos e tecidos. E a legislação brasileira, para o consentimento da doação, legaliza como definição plena a decisão da família. Assim, é necessário que as pessoas, em vida, conversem com seus familiares e reforcem o fato de serem doadores de órgãos. Isso, quando acontece, é muito positivo. Facilita essa decisão”, explica a coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), Melissa Moura.
Atualmente 2.911 pessoas aguardam por um órgão ou tecido em Pernambuco. A maior fila é por rim (1.591), seguida de córnea (1.114), fígado (149), rim/pâncreas (25), medula óssea (20) e coração (12).
"O panorama das notificações dos potenciais doadores se reflete em doações e, consequentemente, no aproveitamento dos órgãos para transplantes no Estado, sob a forma de dados estatísticos. É essencial conhecer bem esses números que, na ponta, vão se transformar em vidas salvas em Pernambuco", diz Melissa Moura.
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS: VEJA ENTREVISTA ABAIXO SOBRE O TEMA
Na tarde desta quarta-feira (27), Melissa e demais especialistas participam de evento sobre o tema, promovido pela Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) e realizado na sede do órgão, no bairro do Bongi, Zona Oeste do Recife.
A abertura do evento será feita pela diretora-geral de Fluxos Assistenciais da Regulação de Pernambuco, Noemy Gomes (no vídeo acima, gravado em 2018, Noemy estava na coordenação da CT-PE).
Durante o encontro, a coordenadora de Educação Permanente da CT-PE, Ceça Luna, destacará a importância do trabalho em equipe, no momento de abordar a família dos potenciais doadores de órgãos.
"Temos literatura mundial que traz a importância de todos os profissionais de saúde no momento da comunicação à família. Antes, durante e depois, é preciso que toda essa equipe construa essa relação, desde a chegada do paciente ao hospital, durante, com a abertura e fechamento protocolo de morte encefálica e na ajuda à família e, posteriormente, no trabalho de ressignificação dessa morte. Todos têm papéis fundamentais", afirma Ceça Luna.