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Saúde e Bem-estar

Por Cinthya Leite e equipe
OBESIDADE

Dia Mundial da Obesidade: Brasil terá 40% da população com obesidade em 2035, avalia endocrinologista

O endocrinologista ressalta que, em relação ao Brasil, possivelmente por volta de 2035, o País terá 40% da população com obesidade. "

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Cinthya Leite

Publicado em 04/03/2024 às 11:12
Obesidade entre adultos mais que duplicou desde 1990 e quadruplicou entre crianças e adolescentes (5 a 19 anos de idade). Além disso, 43% dos adultos têm excesso de peso - PIXABAY/BANCO DE IMAGENS

Mais de um bilhão de pessoas no mundo, 1 a cada 8, vivem com obesidade. É o que mostra um estudo, com suporte da Organização Mundial de Saúde (OMS), publicado na revista científica The Lancet na última sexta-feira (29)

Os dados, de 2022, chamam a atenção neste Dia Mundial da Obesidade e revelam que a obesidade entre adultos mais que duplicou desde 1990 e quadruplicou entre crianças e adolescentes (5 a 19 anos de idade). Além disso, 43% dos adultos têm excesso de peso. 

A OMS contribuiu com a coleta e análise de dados do estudo. O levantamento completo também está divulgado no Observatório Global de Saúde

"Este novo estudo destaca a importância de prevenir e controlar a obesidade desde o início da vida até a idade adulta, através de dieta, atividade física e cuidados adequados, conforme necessário", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

"Regressar ao caminho certo para cumprir as metas globais de redução da obesidade exigirá o trabalho dos governos e das comunidades, apoiado por políticas baseadas em evidências da OMS e das agências nacionais de saúde pública."

O diretor-geral da OMS ainda acrescentou que o trabalho "requer a cooperação do setor privado, que deve ser responsável pelos impactos dos seus produtos na saúde". 

A obesidade é uma doença crônica complexa. Na Assembleia Mundial da Saúde, em 2022, os Estados-Membros da OMS adotaram o Plano de Aceleração para conter o avanço da obesidade. 

Nesta segunda-feira, 4 de março, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) iniciam mais uma campanha para marcar o Dia Mundial da Obesidade. A iniciativa está alinhada com a campanha mundial da World Obesity Federation (WOF). 

Entre os pontos de destaque, está o alerta para obesidade como causa evitável de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como diabetes tipo 2, acidente vascular cerebral, doenças cardiovasculares e câncer.

As atenções estão voltadas para as proporções dessas doenças, que também são associadas ao elevado índice de massa corporal (IMC) na idade adulta.

A cor roxa foi definida para fazer a conscientização sobre a obesidade, a partir deste ano, em todo o mundo. Está em proposta a iluminação de monumentos em diversas cidades, como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. 

A recomendação é utilizar a cor da campanha em mensagens nas redes sociais, incluindo o filtro do Instagram. 

WOF lançou também a sexta edição do Atlas Mundial da Obesidade, com dados importantes que merecem atenção dos profissionais de saúde e órgãos governamentais. O documento, de 235 páginas, apresenta conteúdo sobre níveis globais da obesidade.

"O Atlas da Federação Mundial de Obesidade avalia os números dessa doença em 186 países em todo o mundo e mostrou um aumento progressivo na prevalência de obesidade, o que já temos visto nos últimos anos. Esse aumento implica em um crescimento progressivo em doenças associadas com ao excesso de peso, como diabetes, hipertensão, câncer e doença cardiovascular", diz o diretor da SBEM, Fábio Moura.

O endocrinologista ressalta que, em relação ao Brasil, possivelmente por volta de 2035, o País terá 40% da população com obesidade. "Isso vai para 70%, se avaliarmos conjuntamente sobrepeso e obesidade. Além disso, a projeção é de metade das nossas crianças com sobrepeso e obesidade, o que implica em pessoas muito jovens expostas ao risco dessas doenças associadas", alerta Fábio Moura.

Como consequência, ele salienta que haverá adultos mais doentes, além de custos cada vez maiores para o sistema de saúde, tanto público quanto privado.

"Esse cenário nos mostra que já passou da hora de serem tomadas atitudes mais drásticas com relação à obesidade, seja no âmbito da prevenção, com políticas públicas que incentivem uma alimentação mais saudável e a prática de atividade física, seja no acesso igualitário ao tratamento dessa doença", destaca. 

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