CRIME

Caso Beatriz: Defesa do réu tenta, de novo, adiar audiência em Petrolina

Interrogatório do homem que confessou ter assassinado a menina Beatriz será no próximo dia 15 de dezembro

Raphael Guerra
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Raphael Guerra
Publicado em 07/12/2022 às 15:31
RENATA ARAÚJO/TV JORNAL
Na primeira audiência do Caso Betriz, familiares e amigos colaram cartazes com foto de Marcelo da Silva na frente do Fórum de Petrolina - FOTO: RENATA ARAÚJO/TV JORNAL
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A Justiça negou o pedido de adiamento da segunda audiência de instrução e julgamento do acusado de assassinar a menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, em Petrolina. A solicitação havia sido feita pelo advogado de Marcelo da Silva, 40. O réu permanece preso preventivamente no Presídio de Igarassu, no Grande Recife. 

O advogado Rafael Nunes, que representa o réu, alegou à Justiça que irá participar de outras audiências, em datas próximas, impedindo o deslocamento dele para Petrolina no dia 15 de dezembro. Mas a juíza Elane Brandão Ribeiro, titular da Comarca de Petrolina, não aceitou a mudança da data e propôs que ele participe por meio de videoconferência. 

"Registro que o requerimento da defesa é desacompanhado de prova da alegação feita. Contudo, se, de fato, o impedimento se justifica na indisponibilidade de tempo para deslocamento a este juízo e retorno para atender a outras intimações, faculto à parte a elaboração de requerimento para a participação no ato por sistema de videoconferência, considerando que apenas restam a oitiva de uma testemunha e o interrogatório do réu", declarou, na decisão, a juíza. 

"Na hipótese de a defesa requerer sua participação e a do acusado por sistema de videoconferência, requisite-se ao diretor da unidade prisional a disponibilidade de sala para a apresentação do réu à audiência por sistema de videoconferência, facultado seu acompanhamento pela defesa no mesmo ambiente", completou a magistrada. 

Desta forma, a audiência de instrução e julgamento está mantida para o próximo dia 15 dezembro, a partir das 9h. 

A primeira audiência do Caso Beatriz ocorreu nos dias 22 e 23 de novembro. No total, oito testemunhas de acusação e seis de defesa foram ouvidas. A última testemunha de defesa prevista não compareceu. Como manobra para adiar a decisão sobre o júri popular, o advogado do réu insistiu no depoimento - obrigando a Justiça a marcar uma nova audiência

Após esse último depoimento, será o interrogatório do réu, que tem direito a permanecer em silêncio. Depois, o representante do Ministério Público e o advogado de defesa do réu vão apresentar as alegações finais. Por fim, a juíza Elane Brandão decidirá se Marcelo irá a júri popular.

RELEMBRE O CASO BEATRIZ

ARQUIVO PESSOAL
Beatriz foi morta durante festa no colégio onde estudava. Acusado foi identificado após mais de 6 anos - ARQUIVO PESSOAL

Beatriz Mota foi morta a facadas no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora em 10 de dezembro de 2015. O autor do crime só foi descoberto em janeiro deste ano.

Marcelo da Silva responde pelo crime de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante dissimulação, recurso que dificultou a defesa da vítima).

O acusado foi reconhecido por meio do cruzamento de DNA, a partir das amostras coletadas na faca usada no crime. Depois disso, a polícia foi até o presídio onde Marcelo estava, no Agreste de Pernambuco, e ele confessou o assassinato.

Em depoimento gravado em vídeo, Marcelo contou que havia entrado no colégio, onde ocorria uma festa de formatura, para conseguir dinheiro.

Beatriz, que havia saído da quadra esportiva para beber água, teria começado a gritar ao perceber a presença do acusado próximo a ela. Ele, então, teria levado a menina até uma sala isolada, onde praticou o crime. Ele contou que fez isso para que ela parasse de gritar.

A descoberta do assassino ocorreu duas semanas após os pais de Beatriz caminharem por 23 dias, de Petrolina até o Recife, para cobrar justiça. A caminhada, que encontrou apoiadores em todas as cidades, teve repercussão nacional e expôs a demora da polícia para solucionar o crime.

Além da ouvida do acusado, outras provas, como uma reprodução simulada na instituição de ensino, foram produzidas para a conclusão das investigações.

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