Da Estadão Conteúdo
Os atos de vandalismo na noite desta segunda-feira (12), na capital federal terminaram sem que nenhum do autores dos episódios de violência fossem presos.
Os manifestantes, que pregam uma intervenção militar para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tocaram fogo em pelo menos oito veículos, apedrejaram uma caminhonete do Corpo de Bombeiros, tentaram invadir a sede da Polícia Federal e atacar diversos prédios públicos e privados na área central de Brasília.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal disse que "não foram constatadas prisões relacionadas aos distúrbios civis ocorridos".
Segundo a pasta, "para redução dos danos e para evitar uma escalada ainda maior dos ânimos, a ação da Polícia Militar se concentrou na dispersão dos manifestantes" Na noite de ontem, o governador Ibaneis Rocha (MDB) chegou, no entanto, a dizer que a ordem era prender os vândalos.
Durante os protestos violentos, bujões de gás foram colocados ao lado de veículos que foram incendiados. Pedaços de concreto e pedras colocadas no meio de vias para impedir a passagem de carros.
Na ação de ontem, a PM usou bombas de gás e balas de borracha, mas não se aproximou de nenhum grupo. Nem mesmo os homens que tentaram jogar um ônibus de cima de um viaduto e depois atearam fogo no veículo foram abordados.
Vídeos e fotos da depredação mostram que os policiais guardavam distância dos vândalos.
O QUE VAI ACONTECER COM OS AUTORES DOS ATAQUES EM BRASÍLIA?
Apesar da ausência de prisões até o momento, o governo do DF afirmou que os autores dos ataques, "uma vez identificados, serão responsabilizados".
Ainda de acordo com a Secretaria, a Polícia Federal vai investigar "os crimes relacionados aos atos que atentem contra a instituição e crimes de natureza federal".
Diferente do que aconteceu neste ano, nos protestos que se iniciaram em junho de 2013, o catador de latas Rafael Braga chegou a ser preso preventivamente durante os atos.
Acusado de ter dois coquetéis molotov, ele foi condenado por portar material explosivo. Em 2017, Braga teve a prisão convertida em domiciliar.
Além dele, a ativista Elisa Quadros, conhecida como "Sininho" e outros quatro manifestantes que participaram dos protestos foram presos em 2014. Posteriormente, eles foram soltos.
Em entrevista coletiva ontem, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que as medidas de repressão serão tomadas.
Dino lembrou que o motivo alegado pelos bolsonaristas para começarem os ataques foi justamente a determinação para que um dos radicais fosse preso.
"As medidas de responsabilização já adotadas, as que foram adotadas hoje e que serão adotadas irão prosseguir. Não há hipótese de haver passos atrás na garantia da ordem pública em razão da violência. Estado brasileiro tem o dever de agir", declarou.