As investigações foram iniciadas para esclarecer detalhes da ação do soldado da Polícia Militar que matou a esposa, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, e atirou em colegas de farda do 19º Batalhão, com sede no Pina, Zona Sul da capital, na manhã desta terça-feira (20). O soldado, identificado como Guilherme Barros se matou em seguida.
Quatro policiais militares foram baleados por ele no 19º Batalhão. O tenente Wagner Souza morreu na hora.
O sargento Maurino Uchoa, baleado de raspão na cabeça, foi levado para o Hospital da Restauração (HR), na área central do Recife. O ferimento não foi invasivo e foi feita uma sutura. Ele já recebeu alta.
A major Aline Maria e o cabo Paulo Rebelo foram encaminhados ao Hospital Português.
De acordo com a Polícia Militar, a major passou por cirurgia e foi encaminhada para a UTI. Na noite desta terça-feira, familiares confirmaram que ela faleceu.
O cabo, ferido no ombro, encontra-se internado para avaliações médicas.
Amigos e familiares da major, identificada como Aline Maria Lopes dos Prazeres Luna, fazem um apelo por doações de sangue (de qualquer tipo). Quem puder doar, deve se dirigir ao HIENE, na Rua Tabira, no bairro da Boa Vista, no Recife.
INVESTIGAÇÕES SOBRE O CASO
A todo instante, policiais militares e outros profissionais de segurança, além de parentes das vítimas, chegam ao 19º Batalhão. A movimentação é intensa no local.
Uma prima do soldado da PM, que provocou a tragédia, concedeu entrevista à TV Jornal. Veja o que ela disse:
A esposa do PM, identificada como Cláudia Gleice da Silva, de 33 anos, foi baleada dentro de casa. Ela chegou a ser socorrida e encaminhada à UPA do Cabo de Santo Agostinho, mas não resistiu. O corpo foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML), no Recife.
A Polícia Militar de Pernambuco disse, em nota, que "todos os fatos ocorridos na sede do batalhão serão apurados através de Inquérito Policial Militar, enquanto a morte da esposa do soldado Guilherme será apurada pela Polícia Civil".
FEMINICÍDIOS EM PERNAMBUCO
No último mês de novembro, três casos de feminicídio foram registrados em Pernambuco. Foram duas mortes a menos do que no mesmo mês de 2021.
No total de janeiro a novembro de 2022, foram 63 mortes violentas motivadas por questões de gênero contra mulheres. Já no mesmo período do ano passado, a polícia somou 81 registros. A queda foi de 22,2%.
COMO PEDIR AJUDA
Para denunciar violência doméstica ou obter informações sobre a rede de proteção, o número da Ouvidoria Estadual da Mulher é 0800-281-8187. Em situação de emergência policial, a orientação é ligar para o 190.
ESTATÍSTICAS
35.615 denúncias de violência doméstica de 1º de janeiro a 31 de outubro de 2022
Recife lidera, com 7.645 queixas
Jaboatão dos Guararapes aparece em segundo lugar, com 2.254 denúncias
Petrolina aparece em seguida, com 1.874 registros
Número de queixas por faixa etária:
0 a 11 anos - 528 (1,48%)
12 a 17 anos - 1.351 (3,79%)
18 a 29 anos - 11.904 (33,43%)
30 a 64 anos - 20.485 (57,52%)
65 anos ou mais - 1.136 (3,19%)
Não informado - 211 (0,59%)