Mais um ato de racismo foi registrado no futebol espanhol contra o brasileiro Vinicius Júnior, atacante do Real Madrid. As informações são da agência Estadão Conteúdo.
Nesta quinta-feira (26), um boneco vestindo a camisa do jogador foi pendurado numa ponte de Madri, simulando um enforcamento.
Junto do boneco estava uma faixa com a frase "Madrid odia al Real" (Madri odeia o Real, em tradução livre), que é lema da Frente Atlético, uma das Ultras (torcidas organizadas) do Atlético de Madrid, rival do Real.
A ponte onde este ato foi realizado fica próxima ao Centro de Treinamento do Real Madrid. A imagem rapidamente viralizou nas redes sociais, rendendo diversas críticas ao ato.
A Frente Atlética nega que a provocação tenha sido uma ação do grupo. Em nota, La Liga, entidade responsável pela organização do Campeonato Espanhol, condenou o ataque e afirmou que vai investigar o caso.
"Condenamos veementemente os atos de ódio contra Vinícius Junior. Intolerância e violência não cabem no futebol. Como em ocasiões anteriores, La Liga vai instaurar a apuração dos fatos em busca da condenação dos responsáveis, requerendo as mais severas sanções penais", publicou.
TORCEDORES DO ATLÉTICO DE MADRID ATACAM VINI JR
Nesta quinta (26), Real e Atlético se enfrentam pelas quartas de final da Copa do Rei, mas no último confronto entre as equipes, em setembro de 2022 pela sexta rodada de La Liga 2022/23, Vini Jr também sofreu ataques racistas.
Antes da referida partida, o atacante brasileiro foi citado no programa de TV El Chiringuito, onde o presidente da associação de empresários de jogadores da Espanha, Pedro Bravo, disse que Vini tinha que parar de fazer "macaquices" em campo.
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No dia da partida, que foi realizada no Cívitas Metropolitano, estádio do Atlético, torcedores colchoneros foram vistos fazendo gestos e proferindo cânticos racistas contra Vinícius Júnior.
À época, a diretoria do clube prometeu punição exemplar a todos os torcedores que forem identificados pelos insultos racistas. Três sócios foram suspensos e a promessa era que a punição rigorosa atingiria mais "criminosos".
Por outro lado, o Ministério Público da Espanha arquivou o inquérito que havia aberto para investigar os insultos racistas feitos ao atacante.
De acordo com o jornal espanhol Marca, o órgão considerou que as manifestações duraram alguns segundos e aconteceram no contexto de "máxima rivalidade" junto com outras expressões "depreciativas" ou "zombeteiras" no clássico entre Real e Atlético de Madrid.
O comunicado divulgado pelo Ministério Público considerou que as ofensas não podem ser atribuídas a uma pessoa determinada. A decisão parte da análise feita pela polícia sobre as imagens obtidas pelas câmeras de segurança do estádio. O documento alega que não foi possível reconhecer nenhum dos autores dos insultos por se tratar de um número grande de torcedores reunidos.
O PRESIDENTE DE LA LIGA REBATEU CRÍTICAS DE VINÍCIUS JÚNIOR
Em dezembro de 2022, Vini Jr voltou a ser alvo de ofensas racistas na Espanha e criticou La Liga por não tomar atitudes efetivas e punitivas contra essas práticas.
Javier Tebas, presidente de La Liga, rebateu a fala do atacante e mandou o brasileiro "se informar melhor" sobre as ações de combate ao racismo.
O brasileiro recebeu o apoio de jogadores e técnicos do Campeonato Espanhol, inclusive, de Carlo Ancelotti, seu técnico no Real Madrid.
Após a pressão, a entidade apresentou duas denúncias de racismo, uma delas criminal, enviada aos Juizado de Instrução de Valladolid. A outra, por insultos racistas, foi levada até o Comité de Competições da Federação Espanhola de Futebol e para a Comissão Estatal contra a Violência, Racismo, Xenofobia e Intolerância no Esporte.