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Segurança

Por Raphael Guerra e equipe
INCÊNDIO NA BOATE KISS

FOTOS BOATE KISS: Veja como ficou a Kiss após incêndio que deixou 242 mortos; muitos corpos foram encontrados no banheiro

O incêndio na Boate Kiss, na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, completou 10 anos no dia 27 de janeiro

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Amanda Azevedo

Publicado em 01/02/2023 às 20:46 | Atualizado em 01/02/2023 às 20:57
Incêndio na Boate Kiss ocorreu no dia 27 de janeiro de 2013 - POLÍCIA CIVIL DO RS

O incêndio na Boate Kiss, na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, completou 10 anos no dia 27 de janeiro. A tragédia, uma das maiores do País, deixou 242 mortos e 636 feridos. 

O fogo na Boate Kiss começou por volta das 3h de 27 de janeiro de 2013, quando o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, acendeu um artefato pirotécnico que atingiu o teto.

A espuma usada para isolar o som do ambiente produziu substâncias tóxicas, como cianeto, o que causou a maioria das mortes. Naquele dia, a Boate Kiss era palco da festa "Agromerados", organizada por estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Boate Kiss estava superlotada, não tinha equipamentos para combater o fogo, nem saídas de emergência suficientes.

Num primeiro momento, segundo testemunhas, seguranças não deixaram clientes saírem da boate sem pagar.

Boate Kiss - POLÍCIA CIVIL DO RS
Boate Kiss após o incêndio - POLÍCIA CIVIL DO RS
Boate Kiss - POLÍCIA CIVIL DO RS
Boate Kiss - POLÍCIA CIVIL DO RS

De acordo com sobreviventes, uma fumaça preta tomou conta da boate em segundos, e impediu as pessoas de encontrar rota de fuga.

A maior parte dos corpos foi achada nos banheiros da Boate Kiss, confundidos com a saída do local.

"Houve um fluxo e um contrafluxo. Algumas pessoas corriam para o banheiro e outras tentavam correr na direção da porta de entrada. Isso fez com que muitas pessoas morressem porque algumas acabaram sendo derrubadas, algumas caíram", relatou o delegado regional de Santa Maria, Sandro Luiz Mainers, à Agência Brasil.

Veja como ficou a Boate Kiss depois do incêndio

VÍTIMA DO INCÊNDIO NA BOATE KISS RELATA SOFRIMENTO

No julgamento do caso da Boate Kiss, em dezembro de 2021, um sobrevivente do incêndio, Delvani Rosso, 29 anos, relatou o sofrimento pelo qual passou para sair da boate.

“Fui me despedindo da minha família, dos meus amigos, pedindo desculpas por alguma coisa que eu tivesse feito. Senti meu corpo queimar, fui caindo e desmaiei”.

Ele foi salvo pelo irmão, Jovani Rosso, e levado para o Hospital de Caridade de Santa Maria.

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“Parecia uma cena de guerra. As pessoas gritando, pretas, queimadas. E eu também gritava socorro. Minha pele colou na camisa e puxaram com uma pinça. Fiquei um mês em coma”, contou.

Delvani Brondani Rosso, 29 anos, foi salvo pelo irmão, Jovani, do incêndio da Boate Kiss. - Juliano Verardi / Imprensa TJRS

JULGAMENTO DO CASO DA BOATE KISS

Familiares e sobreviventes da tragédia ainda aguardam o desfecho judicial do caso da Boate Kiss.

Os sócios da boate Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos; e o auxiliar Luciano Bonilha Leão foram acusados de homicídio pelo Ministério Público do Estado (MPE). Em 2021, eles foram condenados pelo Tribunal do Júri a penas de 18 a 22 anos de prisão.

Júri popular dos acusados pela tragédia da Boate Kiss ocorreu em dezembro de 2021 - Juliano Verardi / Imprensa TJRS

No entanto, em agosto de 2022, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) acolheu parte dos recursos das defesas e anulou o júri. O MPRS aguarda admissão de recursos contra a decisão, e um novo júri popular poderá ser realizado.

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