A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) segue investigando o caso ocorrido na noite da quinta-feira (14) para a sexta-feira (15), no bairro de Tabatinga, em Camaragibe, quando oito pessoas (sendo dois policiais militares) acabaram morrendo após uma ocorrência policial. Na tentativa de elucidar assassinatos, a PCPE criou um canal para que a população possa contribuir, de forma anônima, com informações a respeito do ocorrido.
"Uma novidade é o canal de denúncia que criamos, de dígito 181, para que toda pessoa que queira contribuir com a investigação possa, preservando o sigilo da fonte, o anonimato, dizer algo para ajudar. E também temos o WhatsApp (81) 9.9488-3455 para quem quiser encaminhar vídeos e fotos. Ressaltamos que será assegurado o anonimato de todas as denúncias e as informações enviadas serão mantidas sob sigilo", garantiu a delegada Simone Aguiar, chefe da Polícia Civil de Pernambuco, em entrevista a TV Jornal.
Com relação ao andamento das investigações, a delegada informou o Grupo de Operações Especiais segue apurando os fatos e colhendo provas técnicas para encontrar os culpados. "A Polícia Civil destacou o GOE para acompanhar o caso desde o início, quando houve a primeira morte, até a ultima. Tudo que estiver relacionado esse caso será investigado pelo GOE. Avançamos em vários depoimentos, imagens, busca de provas técnicas para validar todas as versões. E, no final, o GOE vai esclarecer para a imprensa e para toda sociedade pernambucana, a cronologia dos fatos e individualizando a conduta de todos os envolvidos", contou Simone Aguiar.
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Sobre a possibilidade de policiais militares terem assassinado os parentes de Alex Silva, suspeito de matar os dois PMs e que também acabou sendo morto a tiros, a chefe da Polícia Civil de Pernambuco reforçou que todo a investigação será imparcial e que todos os envolvidos serão responsabilizados. "Cada um diz o que quer. A Polícia Civil é uma polícia técnica e que vai averiguar se tudo o que se diz é verdade, pois tudo tem de ser provado. Não temos como precisar quem atirou no vídeo. Tudo está sendo investigado, com trabalho de campo, técnico e com investigação sigilosa, até porque é um caso complexo e sensível. Mas que se for policiais militares (responsáveis ) serão indiciados. Se não for PM, também será indiciado. A investigação da Polícia Civil é técnica e imparcial, e todos que dali participaram, sendo execução, participação ou coautoria serão responsabilizados", falou a delegada.
Suspeito não era CAC
O que foi negado por Simone Aguiar foi a informação de que Alex Silva seria Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). "Houve essa divulgação, preliminarmente, por ele ter porte de arma 9 milímetros, mas constatamos que o registro da arma dele foi a Polícia Federal que concedeu, e não o Exército", esclareceu a chefe da Polícia Civil de Pernambuco, que também confirmou que o suspeito de matar os dois policiais militares não tinha passagem pela polícia. "Oficialmente, ele não tinha nenhum antecedente criminal e também não era suspeito de nenhuma investigação. O que sabemos é que ele tinha essa arma registrada no nome dele, através de uma concessão, e que essa arma foi usada para executar os policiais com tiros na cabeça", apontou.