Notícias sobre segurança pública em Pernambuco, por Raphael Guerra

Segurança

Por Raphael Guerra e equipe
JUSTIÇA

Cinco homens viram réus pelo latrocínio de juiz em Jaboatão dos Guararapes

Audiência de instrução e julgamento será marcada para ouvir testemunhas e interrogar os acusados pelo crime, ocorrido em outubro deste ano

Cadastrado por

Raphael Guerra

Publicado em 12/12/2023 às 11:42 | Atualizado em 12/12/2023 às 11:52
Carro usado pelo juiz não foi levado pelos acusados - SEVERINO SOARES/JC IMAGEM

A Justiça confirmou, nesta terça-feira (12), que cinco homens denunciados pelo latrocínio do juiz Paulo Torres Pereira da Silva, de 69 anos, ocorrido em 19 de outubro deste ano, vão sentar no banco dos réus. Os mandados de citação foram expedidos pela 1ª Vara Criminal de Jaboatão dos Guararapes. 

De acordo com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), respondem ao processo: Marcos Vinícius Santana da Silva, Kauã Vinícius Alves da Rocha, Yuri Romenique Alves da Silva, Alcides da Silva Medeiros Júnior e Esdras Ferreira de Lima.

O TJPE agora aguarda a devolução de cada citação efetuada pelos oficiais de justiça para que possa marcar a data da audiência de instrução e julgamento, quando testemunhas de acusação e defesa serão ouvidas, além dos réus. 

O juiz Paulo Torres foi morto com um tiro na cabeça após ser abordado na Rua Maria Digna Gameiro, no bairro de Candeias, Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. A vítima estava a 300 metros de casa.  De acordo com a investigação, os acusados queriam roubar um carro e escolheram o do juiz de forma aleatória, porque o veículo estava com as janelas abertas e eles perceberam que o motorista era um idoso. 

Paulo Torres foi morto com tiro na cabeça a 300 metros da casa dele - REPRODUÇÃO

A investigação apontou que havia três adultos e um adolescente no carro usado no crime. Dois homens desceram do veículo e se aproximaram do juiz. Apenas um estava armado, com um revólver. O tiro teria sido disparado após a vítima reagir, tentando dar marcha a ré. 

RÉUS ESTÃO PRESOS

Quatro dias após o crime, três suspeitos foram presos na praia de Enseada dos Corais, no Cabo de Santo Agostinho: Kauã, Esdras e Alcides

Segundo as investigações iniciais, apenas Kauã teria participado da abordagem ao juiz. Os outros dois estariam descaracterizando o carro usado no crime. Este veículo, inclusive, havia sido roubado no dia 3 de outubro no Cabo de Santo Agostinho numa abordagem parecida. 

Dias depois, um adolescente de 17 anos se apresentou à polícia e confessou que estava no momento do latrocínio do juiz. Ele contou que não teria saído do carro para abordá-lo. 

A Justiça já analisou o caso dele e decidiu pela internação em uma unidade da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase).  

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Nas semanas seguintes, os outros suspeitos foram presos. 

A polícia afirmou que eles são integrantes de uma associação criminosa especializada em roubos, armas de fogo e tráfico de drogas, com atuação principalmente no município do Cabo de Santo Agostinho. 

VEJA VÍDEO DO MOMENTO DO LATROCÍNIO:

A Polícia Civil informou que os cinco adultos foram indiciados pelo crime de latrocínio. Apesar de dois não terem participado efetivamente da abordagem, os investigadores entenderam que eles agiram objetivando dificultar o trabalho da polícia. 

Além disso, os três que foram presos inicialmente em flagrante também vão responder pelos crimes de receptação e adulteração de sinal do veículo. 

HISTÓRICO DO JUIZ NO TJPE

Paulo Torres estava na magistratura há mais de três décadas. Antes de ser morto, atuava na 21ª Vara Cível da Capital.

Torres tomou posse na magistratura pernambucana em 25 de abril de 1989. Ele foi nomeado magistrado, em virtude de aprovação em concurso público de provas e títulos para exercer o cargo de juiz de direito, na Comarca de Verdejante.

Em 1991, Paulo assumiu a 2ª Vara da Comarca de Salgueiro. Ele também atuou como juiz das Comarcas de Serrita, São José do Belmonte, Parnamirim, Belém de São Francisco e Escada. Em 1993, o magistrado atuou na Comarca de Jaboatão e depois no Cabo de Santo Agostinho.

A chegada à Comarca da Capital aconteceu em 1994. No Recife, atuou em Varas Cíveis, na 1ª Vara da Fazenda Municipal e no I Juizado Especial de Pequenas Causas do bairro do Rosarinho. 

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