O ataque criminoso contra o ônibus da delegação do Fortaleza, na madrugada desta quinta-feira (22), continua gerando questionamentos sobre o esquema de segurança para evitar que mais um episódio de violência fosse registrado após uma partida de futebol.
As primeiras informações indicam que criminosos jogaram bombas caseiras e pedras contra o veículo, que seguia pela BR-232, no Curado, na Zona Oeste do Recife. O ataque aconteceu após a partida entre o Fortaleza e o Sport, com placar de 1 a 1, no Arena Pernambuco. Seis jogadores ficaram feridos e precisaram de atendimento médico, segundo o clube cearense.
A Polícia Militar de Pernambuco alegou que havia escolta no momento do ataque, mas que nenhum suspeito foi capturado.
"A PM estava realizando a escolta daquela equipe. Essa escolta era formada por motociclistas e uma viatura quatro rodas. Mas havia 80 a 100 pessoas envolvidas nisso. Os agressores atacaram o ônibus e se dispersaram. A PM que estava no local passou a fazer o socorro de urgência aos jogadores feridos", disse o coronel Alexandre Tavares, coordenador do Grupo de Trabalho de Futebol (GT Futebol), da Secretaria de Defesa Social (SDS).
Segundo ele, os criminosos teriam agido premeditadamente. "Eles aguardaram a oportunidade, quando o veículo precisou diminuir a velocidade, para lançar pedras e rojões."
Os criminosos, se identificados, devem responder por crimes como lesão corporal, associação criminosa e dano ao patrimônio.
FERIDOS
Em comunicado oficial, o Fortaleza divulgou a situação dos jogadores feridos. após o ataque.
"O arqueiro João Ricardo sofreu um corte no supercílio, enquanto o lateral-esquerdo Gonzalo Escobar recebeu uma pancada na cabeça, além de cortes na boca e no supercílio. O lateral-direito Dudu, os zagueiros Titi e Brítez, e o volante Lucas Sasha foram atingidos por estilhaços de vidro, resultando em ferimentos que demandaram contenção de sangramentos."
-
Fortaleza vai entrar no STJD e pedir responsabilidade de Sport, Arena de Pernambuco e Governo de Pernambuco por atentados a jogadores -
"Não pode ser só nota de repúdio; Vai esperar morrer?", detona Marcelo Paz, após atentado a jogadores -
CEO do Fortaleza divulga vídeos de jogadores após ataque de torcida uniformizada do Sport
O QUE DIZ O SPORT?
A assessoria de comunicação do Sport Club do Recife também se pronunciou por meio das redes sociais.
"O Sport Club do Recife repudia veementemente os atos de violência praticados contra o ônibus da delegação do Fortaleza Esporte Clube na saída da Arena de Pernambuco após a partida desta quarta-feira. Os absurdos atos de violência não condizem com a real conduta e comportamento da torcida rubro-negra, tampouco com os valores do Clube - que sempre irá abominar esse tipo de postura", disse um trecho.
"O presidente Yuri Romão, o executivo André Figueiredo, o coordenador técnico Ricardo Drubscky e a equipe médica do Clube já estão com delegação do time cearense, prestando apoio e todo o suporte necessário. O Sport também já se colocou à disposição para ajudar na apuração dos fatos e as investigações, buscando identificar os envolvidos nesse ato criminoso", completou.
RAQUEL LYRA LAMENTA ATAQUE
Nas redes sociais, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, comentou o ataque ao ônibus do Fortaleza.
"O futebol é uma paixão nacional e deve sempre unir as pessoas, jamais ser palco para atos violentos. O episódio com o time do Fortaleza é lamentável e será apurado com todo vigor. Como torcedora e pernambucana, fico triste e envergonhada", escreveu a governadora no X (antigo Twitter).
"Como governadora, garanto que trabalharemos para buscar e punir os culpados. As pessoas responsáveis por esse ato não são torcedores, são criminosos. Futebol e violência não devem se misturar jamais", completou.
Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco informou que as investigações seguem com a Delegacia de Repressão à Intolerância Esportiva.