Pernambuco ganhou reforço no combate aos grupos criminosos. Nesta quinta-feira (15), o secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, assinou convênio de colaboração com a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), que é coordenada pela Polícia Federal e conta com membros das polícias Civil, Militar e Penal Estadual.
"Um policial penal federal será designado para compor o grupo. Ele vai colaborar com as operações e também com informações que interessam à polícia de Pernambuco, já que há presos de presídios federais que estão atuando aqui", pontuou Garcia, em entrevista ao JC.
O Estado é o 13º do País que irá contar com o reforço da Polícia Penal Federal na Ficco.
O secretário nacional de Políticas Penais esteve no Recife para participar do 18º Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que foi realizado na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), no bairro da Boa Vista.
Em sua apresentação ao público, Garcia falou sobre os reforços que estão sendo adotados nos presídios federais para evitar que líderes de facções criminosas consigam se comunicar ou tentem fugir - a exemplo do que ocorreu na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, quando dois presos abriram buracos nas celas e fugiram em 14 de fevereiro deste ano.
"Estamos adquirindo sensoriamento sísmico nos presídios federais", citou.
O gestor pontuou ainda que, nos presídios federais, não são encontrados celulares. E que qualquer pessoa, até mesmo promotores e juízes, não podem acessar as unidades com os aparelhos.
"Nas operações que realizamos em Pernambuco, uma quantidade absurda de celulares foi encontrada nas unidades prisionais. As articulações dos grupos criminosos são feitas nessas unidades", pontuou, reforçando para a necessidade de mais segurança nos presídios estaduais.
ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS
Segundo Garcia, um mapeamento realizado entre 2022 e 2024 indicou que há, no País, 88 organizações criminosas. Duas delas, Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV), atuando em nível nacional.
O Nordeste é a região que mais conta com a atuação dessas organizações. Há ao menos 53 delas.
O coordenador de Análise de Redes Criminosas Transnacionais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Pedro Mesquita, afirmou que está sendo desenvolvido um novo projeto junto com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública para mapear todas as organizações criminosas que agem no País, para entender, entre outros critérios, qual a influência delas em cada um dos territórios.
"Vamos procurar entender como os grupos se espalham nos territórios de cada Estado, a complexidade desses grupos", disse.