'Prisão criminosa, cheia de abuso de autoridade', diz Deolane Bezerra na saída de prisão
TJPE decidiu converter prisão preventiva em domiciliar porque influenciadora tem filho menor de 12 anos. Ela deixou presídio nesta segunda-feira (9)
Com bastante tumulto, a advogada, empresária e influenciadora digital Deolane Bezerra deixou a Colônia Penal Feminina do Recife, na Zona Oeste do Recife, por volta das 15h desta segunda-feira (9). Ela teve a prisão preventiva convertida em domiciliar pela Justiça.
"Foi uma prisão criminosa, cheia de abuso de autoridade. Eu não posso falar sobre o processo. Eu fui calada", declarou Deolane, que está usando tornozeleira eletrônica.
A influenciadora seguiu a pé, acompanhada de advogados e das irmãs, até um carro de luxo.
Deolane estava presa preventivamente desde a última quarta-feira (4), após a deflagração da Operação Integration, da Polícia Civil de Pernambuco, que investiga uma organização criminosa por crimes de lavagem de dinheiro e prática ilegal de jogos de azar.
A mãe da influenciadora, Solange Bezerra, também presa na operação, seguirá na Colônia Penal Feminina do Recife.
Segundo a defesa, ela estará nesta terça-feira pela manhã no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Ilha de Joana Bezerra, área central do Recife, onde vai se apresentar perante a juíza Andréa Calado da Cruz, responsável pela decretação da prisão. Posteriormente, viajará para Barueri, São Paulo, onde tem residência fixa.
VEJA VÍDEO DA SAÍDA DA PRISÃO:
"É uma prisão criminosa, cheia de abuso de autoridade", declarou Deolane, que está usando tornozeleira eletrônica.
A decisão judicial do desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), levou em consideração o fato de Deolane ter um filho menor de 12 anos, com base no que diz o Código de Processo Penal e uma norma do Supremo Tribunal Federal (STF). Ela deixou o presídio após cinco dias.
O desembargador pontuou que Deolane "é primária, possui bons antecedentes, seu trabalho é o sustento da sua família, bem como é mãe de uma criança com 8 anos, conforme se observa da certidão de nascimento ".
Ainda não se Deolane sabe se terá que permanecer em Pernambuco ou voltará para São Paulo, onde é a atual residência. Ela não poderá se manifestar sobre o caso por meio de redes sociais e ou outros meios de comunicação.
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A decisão judicial do desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), levou em consideração o fato de Deolane ter um filho menor de 12 anos, com base no que diz o Código de Processo Penal e uma norma do Supremo Tribunal Federal (STF). Ela deixou o presídio após cinco dias.
No documento, o desembargador pontuou que Deolane "é primária, possui bons antecedentes, seu trabalho é o sustento da sua família, bem como é mãe de uma criança com 8 anos, conforme se observa da certidão de nascimento ".
Ainda não se Deolane sabe se terá que permanecer em Pernambuco ou voltará para São Paulo, onde é a atual residência.
DECISÃO DO TJPE SOBRE PRISÃO DOMICILIAR
A decisão do desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), de converter a prisão preventiva de Deolane em domiciliar levou em consideração o fato de a influenciadora ter um filho menor de 12 anos.
O desembargador pontuou que Deolane "é primária, possui bons antecedentes, seu trabalho é o sustento da sua família, bem como é mãe de uma criança com 8 anos de idade, conforme se observa da certidão de nascimento ".
"Inclusive, esta última circunstância, é de extrema relevância a partir do momento em que o Supremo Tribunal Federal, em decisão história, concedeu Habeas Corpus Coletivo para 'para determinar a substituição da prisão preventiva por domiciliar de gestantes, lactantes e mães de crianças de até 12 anos ou de pessoas com deficiência, em todo o território nacional'", disse.
O desembargador ressaltou ainda que o suposto crime não foi cometido com a prática de violência.
Na decisão pela conversão para prisão domiciliar, a autoridade judicial determinou que Deolane deverá permanecer "sem contato com os outros investigados, no seu endereço residencial, inclusive finais de semana e feriados".
OUTRAS INVESTIGADAS
A prisão domiciliar também foi concedida para outras duas mulheres suspeitas de envolvimento na organização criminosa investigada por lavagem de dinheiro e prática ilegal de jogos de azar.
Maria Eduarda Quinto Filizola, esposa do empresário Darwin Henrique da Silva Filho, dono da empresa de apostas Esportes da Sorte (alvo da investigação), foi uma das beneficiadas no habeas corpus.
O casal se entregou à polícia um dia após a Operação Integration, da Polícia Civil de Pernambuco, deflagrada na última quarta-feira.
Marcela Tavares Henrique da Silva Campos, outra investigada, também vai para prisão domiciliar.
Darwin segue preso no Centro de Observação Criminológica e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima.
INVESTIGAÇÃO DA OPERAÇÃO QUE PRENDEU DEOLANE
De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a investigação apontou uma movimentação de cerca de R$ 3 bilhões, de janeiro de 2019 a maio de 2023, em contas correntes, provenientes dos jogos ilegais.
A investigação indicou que o dinheiro era lavado por meio de depósitos fracionados em espécie, transações bancárias entre os investigados com o imediato saque do montante, compra de veículos de luxo, aeronaves, embarcações, joias, relógio de luxo, além da aquisição de centenas de imóveis.
A Polícia Civil de Pernambuco, que coordena as investigações, não detalhou oficialmente o suposto envolvimento de cada um dos investigados no esquema criminoso.
Na operação, a polícia confirmou que conseguiu apreender uma quantia de mais de R$ 454 mil em dinheiro - somando reais, euros, dólares e libras esterlinas.
Duas aeronaves e dois helicópteros avaliados em R$ 127 milhões e quatro veículos de luxo, incluindo uma Ferrari avaliada em R$ 7 milhões, também estão entre as apreensões. Ainda fazem parte da lista, 37 bolsas femininas de luxo, 76 anéis e 17 joias de diversos modelos e 16 relógios de luxo.
DEOLANE E A MÃE NEGARAM CRIMES
Deolane e a mãe foram presas no Novotel Marina, localizado no Cais de Santa Rita, na área central do Recife. As duas chegaram à capital no fim da semana junto com a família. Apesar de serem pernambucanas, elas moram em São Paulo.
Na sede do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), em Afogados, na Zona Oeste, ambas prestaram depoimento.
A influenciadora digital negou envolvimento em crimes. Ela confirmou que teve contrato com a empresa Esportes da Sorte, com sede no Recife, e que o contrato foi encerrado em maio deste ano.
Deolane afirmou que possuía três contas bancárias para receber pagamentos por trabalhos realizados, mas que todas foram encerradas. E que atualmente tem uma conta digital.
A influenciadora declarou que não emprestou suas contas bancárias para terceiros, nem deixou que outras pessoas movimentassem as contas delas.
No depoimento, Deolane ressaltou que não teve envolvimento com lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores provenientes do crime.
No interrogatório, Solange foi questionada se tem envolvimento com lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores provenientes de crimes. Ela negou.
A mãe de Deolane disse ser sócia da empresa da filha, Bezerra Publicidades, mas afirmou não saber qual o percentual dela. Ela alegou ainda não ter relação com a empresa Esportes da Sorte, um dos alvos da investigação policial.
Solange foi questionada sobre a origem de altos valores em dinheiro que circulam em sua conta bancária, com rápida saída dos recursos.
Ela declarou que precisava de um contador para fazer o levantamento.
O QUE DIZ O ESPORTES DA SORTE?
Em nota, a empresa Esportes da Sorte declarou que ", desde março de 2023, tem prestado todos os esclarecimentos necessários nos autos do inquérito policial em curso, através de diversas petições e documentos".
"As atividades de aposta de cotas fixas da empresa cumprem rigorosamente a Lei n.º 13.756/2018 e Lei 14.790/2023 com excelência jurídico-regulatória e acompanhamento de auditoria independente e sistema de compliance", pontuou a nota.
"A operação policial será impugnada perante o Juízo competente, demonstrando-se que houve interpretação precipitada e equivocada dos fatos apurados, sem qualquer análise ou consideração dos argumentos já apresentados. Tanto é assim que a autoridade policial não apreendeu qualquer objeto, documento ou equipamento na sede da empresa", afirmou o texto.