Após sete meses da morte do adolescente Darik, inquérito é enviado ao Ministério Público
Família ainda busca justiça e lamenta a demora com as investigações. Hoje seria o aniversário de 14 anos do adolescente, que era atleta do Sport
Após sete meses de luto e busca por respostas, a família de Darik Sampaio, jovem atleta de 13 anos, recebeu, finalmente, a notícia da conclusão do inquérito sobre sua morte. O crime aconteceu no dia 16 de março deste ano.
O inquérito foi entregue ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) nesta sexta-feira (1), data que marcaria o aniversário do garoto, lembrado por todos como um jovem alegre e promissor.
Emocionado, o pai de Darik, Davidson Sampaio, criticou a demora e o que considera descaso na condução do caso, ainda sem responsáveis identificados.
"Era pra ser um dia de muita alegria. Ele era muito alegre. Agora é só dor e sofrimento", declarou Davidson em entrevista à TV Jornal, comovido.
De acordo com o advogado da família, Walter Reis, o inquérito aponta que os disparos que vitimaram Darik vieram da Polícia Militar, mas a autoria do tiro fatal ainda não foi determinada.
Ausência de suspeitos
Durante meses, a família aguardou respostas que pudessem indicar o responsável pelo disparo que tirou a vida do adolescente.
No entanto, o inquérito apenas determinou que o tiro partiu da ação policial, sem identificar o policial responsável. "Não foi encontrado elemento balístico para fazer a comparação com o armamento", explicou o advogado Walter Reis.
A família critica a demora e a atuação das autoridades envolvidas, especialmente pelo fato de que, até hoje, ninguém foi formalmente responsabilizado.
Relembre o caso
Darik Sampaio, de apenas 13 anos, era jogador de futsal, integrando o time sub-14 do Sport Club do Recife.
Na noite do dia 16 de março, enquanto conversava com duas amigas na calçada de uma casa no bairro do Jordão, Zona Sul do Recife, ele foi atingido por disparos de arma de fogo.
Segundo testemunhas, a Polícia Militar perseguia um carro e, durante a ação, vários tiros foram disparados pela via, atingindo veículos, muros e, fatalmente, o adolescente.
O menino foi atingido na perna e no quadril e foi levado às pressas para uma unidade de saúde no Ibura, mas não resistiu aos ferimentos.
O que disse a Polícia Militar?
Segundo a Polícia Militar, a ação foi desencadeada após uma denúncia de roubo de veículo. Os policiais teriam avistado o carro suspeito no bairro do Jardim Jordão, Jaboatão dos Guararapes, e iniciado uma perseguição em alta velocidade.
Conforme o relato oficial, ao final da perseguição, já em uma rua sem saída, os suspeitos teriam atirado contra a polícia, que reagiu.
A nota oficial da PM declarou que os policiais envolvidos cumpriram os protocolos estabelecidos, e a ocorrência foi encaminhada à Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) e ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).