Secretário promete 'tolerância zero' para 'chaveiros' nos presídios de Pernambuco

Em debate na Rádio Jornal, gestores falaram sobre medidas para reduzir a violência, como o isolamento de cerca de 350 presos de alta periculosidade

Publicado em 27/11/2024 às 14:39 | Atualizado em 27/11/2024 às 14:50
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Problema histórico em Pernambuco, os chaveiros (presos que comandam alas ou pavilhões) continuam atuando nos presídios - demonstrando a falta de controle do Poder Público, sobretudo por causa do baixo efetivo de policiais penais. Durante participação no Debate da Super Manhã, da Rádio Jornal, o secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, Paulo Paes, declarou que ações estão sendo adotadas para mudar essa realidade.

"A gente tem combatido desde o ano passado. Essas novas unidades (prisionais) que serão inauguradas serão tolerância zero para isso. A gente sabe que há problemas históricos que a gente não vai resolver em dez meses de secretaria, mas a gente está enfrentando esse problema", disse, nesta quarta-feira (27). 

Os novos presídios a que o secretário se referiu são os localizados em Itaquitinga, na Zona da Mata, que conta atualmente com cerca de 600 vagas; o de Araçoiaba, no Grande Recife, que deve gerar 814 em duas unidades que devem ser inauguradas em fevereiro de 2025; e no Complexo Prisional do Curado, que ganhará 954 vagas no começo de dezembro, a partir da entrega do novo presídio. 

"Com relação às indisciplinas (nas unidades), estamos sendo bastante duros com os diretores, cobrando mais revistas. No ano passado, tivemos cinco mortes no sistema prisional. Neste ano, apenas uma em Itamaracá. Além disso, aumentamos o número de apreensões de celulares nas unidades. No ano passado foram 3.593. E neste ano, até agora, já são quase 3,7 mil", disse Paes. 

Sobre a convocação de mais de 600 policiais penais que já passaram pelo curso de formação, o gestor afirmou que ela ocorrerá em breve a partir da abertura das novas unidades prisionais no Estado.

A meta do Juntos pela Segurança é ampliar em mais de 7 mil o número de vagas. O déficit, porém, é de 14,6 mil - conforme auditoria do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE) divulgada no começo da semana. 

ISOLAMENTO DE LÍDERES DE FACÇÕES CRIMINOSAS

O secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, que também participou do debate da Rádio Jornal para discutir os avanços e desafios do primeiro ano do programa Juntos pela Segurança, da gestão Raquel Lyra, pontuou ações desenvolvidas ao longo de 2024 para conseguir reduzir as mortes violentas intencionais.

"Mesmo com o menor número de policiais da história, conseguimos trazer resultados trabalhando com inteligência, com gestão e segregação de lideranças criminosas. Estamos com duas grandes unidades (prisionais) com isolamento dos presos. Toda facção, todo grupo especializado em homicídios vira alvo prioritário da polícia de Pernambuco", afirmou.

Ao todo, cerca de 350 presos considerados de alta periculosidade foram isolados no Estado desde o ano passado, o que, segundo o secretário estadual, contribuiu para a queda das mortes. 

"Vínhamos com aumento de 9% (nas mortes) até abril. De lá pra cá, tiramos esses 9% e fomos para 3% de queda. E isso com o número baixo de policiais. Com a chegada dos novos, a partir de 2025, vamos ampliar esses resultados", disse Carvalho. 

Entre janeiro e outubro deste ano, Pernambuco somou 2.918 vidas perdidas para a violência.

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