Torres de monitoramento se espalham pelo Recife e ajudam polícia a esclarecer crimes
Equipamentos, que estão gerando curiosidade de pedestres e motoristas, têm câmeras de alta definição e são contratados por condomínios e comércios
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Torres de monitoramento, com câmeras de alta definição, estão chamando a atenção e gerando curiosidade de pedestres e motoristas, sobretudo pelas ruas e avenidas do Recife. Os equipamentos, na realidade, não são públicos - mas têm contribuído com a polícia para esclarecer crimes.
Em geral, as torres contam com três ou quatro câmeras, luz de led em material acrílico, não conduzem eletricidade e contam com QR-CODE para abertura de chamados emergenciais pela comunidade, na tentativa de agilizar as abordagens da polícia.
"São as empresas de segurança auxiliando o governo e autoridades policiais a inibir e investigar crimes e ocorrências", definiu Edoardo Costa, empresário e consultor em segurança responsável por implementar a tecnologia no Estado.
A empresa Qualiport, que trouxe as primeiras torres ao Estado há cerca de quatro meses, é uma das que têm recebido demandas de síndicos de condomínios e donos de comércios preocupados com a insegurança e à procura de sistemas para tentar inibir a ação de criminosos.
Os equipamentos são posicionados do lado de fora de condomínios, estabelecimentos comerciais e empresariais, rente aos muros ou em áreas de recuo, para não invadir a calçada ou ambientes públicos.

A polícia tem usado imagens gravadas pelas torres de monitoramento para identificar criminosos. Um exemplo recente foi a solicitação feita pela Delegacia de Casa Amarela para esclarecer o furto em uma farmácia no bairro de Casa Forte, Zona Norte do Recife, ocorrido na madrugada da última segunda-feira (27).
Na ocasião, como as imagens demonstraram, três bandidos escalaram o muro de uma residência desocupada para ter acesso à farmácia, que fica ao lado, na Avenida Dezessete de Agosto.
A empresa de segurança privada do Grupo Liderança também passou a oferecer o serviço de torres de monitoramento. Tem sido comum encontrá-las no bairro do Pina, na Zona Sul da capital pernambucana.
COLABORAÇÃO
A Secretaria de Defesa Social (SDS) afirmou, em nota, que não possui convênio com empresas privadas para o repasse de imagens de videomonitoramento. Mas que as imagens captadas por essas plataformas podem ser utilizadas pelas forças de segurança "quando necessário para subsidiar investigações e ações policiais".
A pasta estadual destacou que realizou a licitação para a instalação de 2 mil câmeras no Estado. A homologação do certame ocorreu no dia 20 de dezembro. A previsão é de que a Teltex Tecnologia S/A comece a instalar os primeiros equipamentos até o final de março.
Desde dezembro de 2023, as câmeras da SDS foram desativadas após o Tribunal de Contas do Estado (TCE) cobrar uma nova licitação.
ESTUDOS PARA PARCERIA
Representantes da Qualiport participaram, em dezembro de 2024, de reuniões com a Prefeitura do Recife, por meio do Porto Digital, para implantação de um projeto-piloto de parceria. Na prática, essa experimentação reserva à empresa privada a responsabilidade por manter a infraestrutura de funcionamento das torres.
O selo da prefeitura, como já é observado em algumas torres, é uma espécie de "atestado" da parceria.
"A ideia é que, no futuro, o poder público possa desenvolver uma integração entre as torres de monitoramento privadas e a central de monitoramento público e haja o compartilhamento de informações em prol da segurança", disse Edoardo Costa.
RÁDIO JORNAL DEBATE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E SEGURANÇA PÚBLICA
Na próxima segunda-feira (3), a Rádio Jornal promove um debate com o tema: Inteligência artificial e segurança pública.
Entre os convidados estão o doutor em sociologia e pesquisador do Núcleo de Pesquisa e Extensão do Centro Universitário Frassinetti do Recife (UniFafire), Wagner Arandas, e o coordenador da Clínica de Segurança Pública Cidadã da Unicap, Fred Monteiro Rosa.
O debate, a partir das 11h, será mediado pela jornalista Natalia Ribeiro, com participação de Raphael Guerra, colunista de Segurança do JC.