Torcidas organizadas: parte dos suspeitos presos já respondia por crimes como homicídio

Secretários cobraram leis mais rígidas contra integrantes de organizadas para evitar que eles permaneçam em liberdade praticando outros delitos

Publicado em 03/02/2025 às 16:55 | Atualizado em 03/02/2025 às 17:00
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As investigações da Polícia Civil identificaram que alguns dos suspeitos presos durante os conflitos entre torcidas organizadas no Recife, no último sábado (1º), já tinham antecedentes criminais. Mesmo assim, estavam em liberdade e praticando mais delitos. 

Um dos suspeitos responde por tentativa de homicídio porque participou do ataque ao ônibus da delegação do Fortaleza, ocorrido em fevereiro do ano passado, na BR-232, no Curado, na Zona Oeste do Recife. Ele chegou a ser preso, mas atualmente respondia ao processo em liberdade. 

Outro preso em flagrante responde a 15 processos, incluindo crimes por tráfico de drogas e homicídio qualificado. Um terceiro suspeito responde por três assassinatos. 

Ao todo, 13 pessoas tiveram as prisões preventivas decretadas pela Justiça - entre elas o presidente da organizada do Sport, que foi espancado nu por integrantes da torcida rival do Santa Cruz. "Ele também foi autor das agressões físicas, mesmo sendo vítima", pontuou a delegada geral adjunta da Polícia Civil, Beatriz Leite. 

A polícia identificou que ele também participou de um confronto em Caruaru, no Agreste do Estado, no mês passado. Imagens confirmaram a participação dele no ato violento. 

Beatriz Leite afirmou que novos suspeitos foram identificados e devem responder por crimes como associação criminosa, dano ao patrimônio e lesão corporal.

COBRANÇA POR LEIS MAIS RÍGIDAS

"É preciso mudar a legislação deste País para que essas pessoas que já têm histórico de crimes não fiquem em liberdade. A polícia está fazendo o seu trabalho, que é identificar e prender os criminosos", afirmou o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, nesta segunda-feira (3).

"Para não dizerem que eu disse que a polícia prende e a justiça solta, não é isso que eu estou dizendo. A polícia trabalha com a lei, o Ministério Público com a lei e a justiça com a lei. A lei precisa mudar", completou. 

A secretária executiva de Defesa Social, Dominique de Castro Oliveira, ressaltou que há, no Estado, 46 torcidas organizadas. Destas, segundo ela, três são consideradas violentas. 

"Há torcida violenta que treina luta na sede do clube, o presidente do clube abre estádio para aniversário de torcida violenta, há distribuição de ingressos... Isso não pode acontecer", disse, em cobrança aos clubes.

UM FERIDO SEGUE INTERNADO

Apenas um homem ferido durante as confusões entre integrantes de torcidas organizadas segue internado no Hospital da Restauração, no Recife. As cenas de selvageria ocorreram horas antes do Clássico entre Santa Cruz e Sport.

Em nota divulgada nesta segunda-feira, a assessoria da unidade de saúde informou que 13 pacientes já receberam alta da emergência geral. O texto afirmou que o estado de saúde do paciente é considerado estável. Não foi informado, no entanto, o nome e idade dele.

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