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Como o Zoom e as reuniões por vídeo empoderam as mulheres

Ao usar tecnologias de comunicação por vídeo as mulheres têm o espaço de fala democratizado e escapam da presença física masculina, que pode intimidar pessoalmente

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Cadastrado por

Guilherme Ravache

Publicado em 15/07/2021 às 11:55
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Depois de tantos meses em meio à pandemia, o uso do Zoom e outras plataformas de comunicação por vídeo já se tornaram rotina para muitos trabalhadores pelo mundo. Os males dessa tecnologia como a “fadiga de Zoom” já foram amplamente discutidos, mas um benefício menos falado é como as reuniões por vídeo podem empoderar a mulher no ambiente de trabalho.

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O zoom é um grande democratizador das relações de poder. O espaço de todos na tela é do mesmo tamanho. Não importa se você é o CEO ou o estagiário, seu destaque é o mesmo. Você escreve seu nome na janelinha do Zoom e nem mesmo o cargo acaba colocando.

“Seu nome e rosto são constantemente visíveis, tornando-o mais memorável, familiar e conhecido. Quando você fala, é muito difícil para qualquer um interromper e também é muito difícil ser ignorado com seu rosto olhando para trás. Você é convidado para muitas reuniões das quais não teria comparecido se as viagens estivessem envolvidas. Eu testemunhei muitas mulheres em bancos de investimento, mulheres jovens em particular, encontrar suas vozes e projetar uma nova confiança nesta praça virtual. Lembre-se, esta é uma indústria ainda dominada por homens e pelas manifestações físicas de assertividade e poder”, comentou Jennifer Nason, global chairman de investimentos do banco J.P. Morgan em uma coluna para o WSJ.

No momento em que começamos a discutir o retorno presencial ao trabalho em muitas empresas, seria terrível regredirmos nesse aspecto. As mulheres precisam ter um lugar à mesa e com o mesmo destaque dos demais presentes.

Se você é um homem, possivelmente pode até imaginar que no seu ambiente de trabalho está tudo bem. Mas o números mostram uma realidade diferente. Segundo levantamento realizado pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Inteligência em Pesquisa e Consultoria (IPEC), empresa do Ibope Inteligência, mais de um terço das moradoras da cidade de São Paulo diz que já sofreu preconceito ou discriminação no ambiente de trabalho por ser mulher. Ao todo, 35% das paulistanas, o equivalente a 1.974.350 mulheres, já foram vítimas de discriminação.

Os dados da pesquisa divulgada em março deste ano se referem somente à cidade de São Paulo. Imagine este número nacionalmente e no mundo todo.

O fato é que no ambiente digital a presença física masculina, que pode ser intimidante pessoalmente, é muito menor. O conselho de Jennifer é para que as mulheres aproveitem esse momento. “Faça do Zoom o seu lugar de poder pessoal. Chegue cedo; esteja na frente da câmera primeiro; nunca se esconda atrás do botão mudo ou desligue a câmera”.

Sem dúvida o Zoom é uma solução limitada diante do gigantesco contingente de mulheres que trabalham presencialmente. Mas diversas decisões relevantes de empresas e governos, e que vão afetar milhares de mulheres, serão tomadas via Zoom. Se as mulheres presentes nestas reuniões se sentirem mais empoderadas, certamente teremos resultados melhores para todos.

 

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