POR MONA LISA DOURADO, DA COLUNA TURISMO DE VALOR
No dia em que o Brasil registra 135 mil casos confirmados de contaminação pelo novo coronavírus e 9.146 mortes, 615 somente nas últimas 24 horas, o Ministério do Turismo (MTur) determinou que os servidores da pasta reassumam seus postos nas respectivas repartições a partir da próxima segunda-feira (11).
Para isso, o órgão revogou nesta quinta-feira (7) parte de uma portaria que permitia o trabalho remoto dos funcionários. Em nota divulgada no site do órgão, o MTur diz que se prepara para a volta gradual dos colaboradores depois de publicar nova portaria no Diário Oficial da União convocando para a retomada de atividades presenciais os trabalhadores que não se enquadram no grupo de risco da covid-19 ou não tenham uma justificativa específica para permanecer em home office.
>> Nada será como antes do coronavírus no turismo
São consideradas parte do grupo de risco pessoas com 60 anos ou mais, com imunodeficiência ou doenças preexistentes crônicas ou graves. O MTur não informou quantas pessoas se enquadram nessa condição.
Na portaria publicada em março, o Ministério do Turismo havia autorizado secretarias, diretorias e assessorias a reorganizar o trabalho dos colaborares no sentido de combater a proliferação do novo coronavírus.
- Guias de turismo de Pernambuco terão linha de crédito especial durante crise do coronavírus
- Atrativos turísticos do Recife recebem máscaras contra o coronavírus
- Airbnb anuncia novos protocolos de limpeza para tentar recuperar reservas afetadas pelo coronavírus
- Grupo do Salinas Maragogi Resort adia reabertura e demite 400 trabalhadores por causa do coronavírus
- Companhias aéreas exigirão uso de máscaras a bordo para proteção contra o coronavírus
O Ministério do Turismo diz que agora só poderão continuar em "teletrabalho remoto" responsáveis pelo cuidado de uma ou mais pessoas com suspeita ou confirmação de diagnóstico de infecção por covid-19 ou que apresentem sinais e sintomas gripais, assim como gestantes ou lactantes, além dos servidores e colaboradores que possuam filhos em idade escolar ou inferior e que necessitem da assistência de um dos pais. Em todos esses casos, serão necessárias comprovação da condição e autorização da chefia imediata para o trabalho remoto.
O retorno dos servidores às atividades presenciais, segundo o MTur, atende a padrão estabelecido pelo governo federal para os demais órgãos da administração federal.
Ainda em nota, o ministério ressalta que tomará medidas para prevenção da transmissão da covid-19 nas instalações do órgão, a exemplo de "instalação, do lado de fora da portaria principal, de uma pia para lavagem de mãos, bem como disponibilização de álcool gel". Além disso, informa, "foram instalados unifilas para evitar aglomerações e garantir a distância de segurança de quem acessa o prédio".
As pessoas que entrarem no edifício do MTur também terão sua temperatura aferida.
Seja como for, a retomada do trabalho presencial e exposição de trabalhadores de atividades não essenciais justamente em um momento de escalada de casos e mortes por covid-19 no País só contribui para a imagem negativa que o Brasil vem construindo diante da gestão errática da crise.
Soa como descaso com a vida dos seus cidadãos. E isso não traz nada de bom para o turismo do País. Menos ainda quando se soma à notícia de que o presidente Jair Bolsonaro anunciou uma festa no Palácio da Alvorada no próximo sábado (9) para 30 convidados, incluindo ministros e servidores, em plena pandemia e contrariando todas as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), que recomenda o distanciamento social. É puro escárnio.
Comentários