Mesmo ainda sem data certa de liberação das praias em Ipojuca, hotéis de Porto de Galinhas decidiram se adiantar e anunciar a reabertura para o público, contando que até o fim de junho pelo menos as caminhadas e o banho de mar já sejam autorizados. O primeiro será o Summerville Beach Resort, do Grupo Pontes, que retoma a operação a partir do próximo dia 9 de julho, com 60% da capacidade (122 dos 204 quartos). Já no dia 31 de julho será a vez do Village Porto, com 50% (cerca de 100 acomodações).
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A demanda dos hóspedes, já em busca de reservas para o segundo semestre, foi o principal fator que encorajou a retomada. O otimismo é tanto que, a partir de dezembro, o Summerville já espera recuperar a ocupação e o faturamento do período pré-pandemia. "O telefone voltou a tocar. A procura para julho está grande e as pessoas começam a se programar até para o réveillon. Todo mundo vai querer um fim de ano especial como forma de deixar 2020 para trás", entusiasma-se a gestora de Vendas e Marketing do hotel, Carol Pontes Aguiar.
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Para um dos sócios do Village, Eduardo Tiburtius, essa recuperação só deve ocorrer em janeiro de 2021. "A partir de setembro, acredito que teremos de 30% a 35% de ocupação, para atingir um ponto de equilíbrio e ir crescendo pouco a pouco. Esperamos que o último trimestre já não seja de prejuízo", projeta.
Tanto no Summerville quanto no Village, o período de suspensão das atividades acabou servindo para o investimento em obras de melhorias e ampliação da estrutura, além da implantação dos protocolos exigidos pelas autoridades sanitárias no sentido de manter o distanciamento social e evitar a proliferação da covid-19. No Village, o aporte chegou a R$ 100 mil. Já o Summerville não revela os valores.
TECNOLOGIA
Para receber os clientes com segurança, a tecnologia passa a ser a principal aliada em ambos os hotéis. O check in e check out serão feitos via aplicativo para reduzir o tempo de permanência na recepção, que ganhará protetores de acrílico como barreira física entre hóspedes e funcionários, assim como demarcações no piso para indicar a distância entre clientes em atendimento. "Na entrada, o hóspede praticamente só apresentará o documento e pegará as chaves e já poderá ir ao quarto. Na saída, pagará a conta também online agilizando a partida", explica um dos sócios do Village, Eduardo Tiburtius, acrescentando que as malas serão desinfetadas com um produto especial chamado de Alpha HP antes de irem aos apartamentos.
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No caso do Summerville, as medidas ainda incluem a aferição da temperatura de todas as pessoas que entrem no resort e separação dos clientes pertencentes ao grupo de risco em andares e blocos exclusivos. "A ideia neste caso é personalizar e individualizar ainda mais os serviços, com refeições no quarto, por exemplo, para que idosos e pessoas com comorbidades tenham o mínimo de contato com gente que não seja da própria família", justifica a gestora. Trata-se, segundo ela, de um cuidado extra que se soma a outras características do hotel para reduzir o risco de contágio. "Nossa vantagem é que ninguém precisa passar por corredores ou elevadores. Com a nossa arquitetura horizontal, a pessoa sai do apartamento direto para um ambiente ao ar livre."
De qualquer forma, o uso de máscaras é obrigatório nas áreas comuns. No Village, só os funcionários estão obrigados a usar o acessório, que será apenas recomendado aos hóspedes.
Nos dois, há mudanças nas atividades de lazer tanto de adultos quanto de crianças. Mas de antemão, as piscinas estarão liberadas, desde que se evite as aglomerações, mantendo a distância entre grupos.
No Village, todos os espetáculos serão transferidos da boate, que permanecerá fechada, para as áreas ao ar livre, assim como a recreação infantil.
O Summerville vai limitar o número de pessoas, com exigência de agendamento prévio. Também será preciso marcar através do hospitality service (central de atendimento 24 horas) a limpeza dos apartamentos, que só deverá ser feita na ausência dos hóspedes.
O Village acrescenta aos procedimentos, a cada check out, a higienização com máquinas de ozônio, usadas em hotéis de todo o mundo para a remoção de bactérias, fungos e vírus do ambiente.
ALIMENTAÇÃO
Outras mudanças dizem respeito ao redimensionamento de restaurantes, garantindo afastamento de mesas e cadeiras, e a priorização de porções individuais, além do serviço à la carte.
Mudar a gastronomia de bufê para o sistema de empratados, aliás, foi um dos principais desafios no Village, que viu a transformação como uma oportunidade para se sofisticar. Tanto que o hotel reabre com um festival gastronômico batizado de Sabores do Mundo, assinado pelos chefs Armando Pugliesi e Márcio Fushimi.
No que se refere aos eventos, os salões também terão capacidades ajustadas durante pandemia e a alimentação será disponibilizada de modo customizado em lunch box.
PROMOÇÕES
Apesar dos investimentos realizados para o cumprimento de todas as medidas de segurança sanitária, Carol Pontes e Eduardo Tiburtius garantem que não haverá reflexo nas tarifas ao consumidor. Ao contrário, afirmam que estão sendo oferecidos pacotes promocionais, inclusive com datas flexíveis.
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No Summerville, são três opções do chamado Summer Pass, cujos preços variam de R$ 530 a R$ 1.240 por diária, de acordo com o número de refeições incluídas, além da possibilidade de usar ou não o voucher em feriados, Natal, Ano-Novo e Carnaval.
O Village reduziu a tarifa média em 20% até dezembro de 2021 e agregou serviços. "A pessoa compra o pacote com café da manhã e ganha meia pensão, por exemplo", diz Tiburtius, revelando que as diárias começam em R$ 400 (quarto duplo com café da manhã e jantar).
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Agora é esperar os hóspedes, que devem chegar principalmente das cidades e Estados vizinhos, enquanto turistas em geral recuperam a confiança, no ritmo do controle da pandemia, para voltar a cruzar o País de avião.
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