Cantando para um público de cerca de quatro mil pessoas no Baile Perfumado, em abril de 2016, Johnny Hooker celebrava a excelente recepção de seu primeiro disco, Eu Vou Fazer uma Macumba pra te Amarrar, Maldito, lançado um ano antes. Na ocasião, ele gravou também um DVD que, devido à profusão de projetos, acabou engavetado até recentemente. Ao revisitar o material, o cantor pernambucano sentiu que era a hora de compartilhar com os fãs esse momento especial de sua carreira e, como uma prévia do projeto, divulga, nesta quinta-feira (25), nas plataformas de vídeo e música Abandonada, dueto com Fafá de Belém.
"Ter feito este DVD foi um ato de coragem: eu ainda era um artista que tinha acabado de lançar meu primeiro disco e poderia ter sido um desastre (risos). Mas o público abraçou o projeto, se jogou e essa emoção está refletida no trabalho, que inclusive tem muitas cenas da plateia para capturar essa energia", explica Johnny Hooker. "É um registro histórico de um Brasil que não existe mais. Foi antes do golpe, dessa ladeira abaixo que a gente entrou. Era um momento em que ainda tínhamos esperança."
A escolha por divulgar primeiro a parceria com Fafá de Belém, um dueto em uma faixa imortalizada na voz da cantora, reflete a admiração de Johnny pela artista, que também já gravou uma canção dele. "É uma música derramada, passional, intensa, uma poesia linda escrita por Michael Sullivan. É a cara do DVD, que tem ainda muitas interpretações inéditas, além das canções do disco", conta.
Entre as canções registradas em Macumba ao Vivo no Recife estão Álcool, tema do filme Tatuagem, entoada com Isaar; Ciranda de Maluco, com Otto, e parcerias com Karina Buhr. O cantor está negociando com um canal para fazer a estreia do DVD televisionada, ainda em março; em seguida, o material será disponibilizado em seu canal no YouTube e num álbum ao vivo nas plataformas de streaming.
Sem lançar um álbum de inéditas desde Coração (2017), Johnny Hooker já está com seu terceiro disco pronto. O trabalho é inspirado na obra Orgia, do escritor argentino Tulio Carella, que viveu no Recife nos anos 1960. Na obra, Carella lançou seu olhar estrangeiro para as contradições da cidade, e vivenciou romances tórridos com pernambucanos.
"Como tudo que eu faço, esse disco se difere dos anteriores. É um pouco mais sombrio, com timbres eletrônicos, meio anos 1980. Por abordar essa minha experiência entre o Recife e São Paulo, também tem letras mais densas", adianta, pontuando que o disco deverá ser lançado no último trimestre do ano.