A figurinista Ana Cecília Drumond discorre sobre a produção audiovisual pela perspectiva do figurino, no livro Roupa de Cinema: o design de figurino no audiovisual pernambucano, disponível para download gratuito a partir de 15 de maio, em formato e-book, no site da editora Vacatussa. Para marcar o lançamento, dia 29 de maio, às 16h, haverá uma live pelo Instagram, numa conversa sobre o livro com a organizadora Ana Cecília Drumond, o jornalista Julio Cavani e o pesquisador André Antônio Barbosa. A transmissão será feita pelo perfil da editora e do projeto.
O livro, que tem apoio da Lei Aldir Blanc, é estruturado em duas partes: a primeira, mais prática, traz depoimentos de profissionais do figurino. E a segunda, mais teórica, com a reunião de três artigos assinados por pesquisadores do assunto. Os depoimentos foram colhidos por meio de entrevistas realizadas em fevereiro deste ano, por Ana Cecília e Julio Cavani, com 10 dos principais figurinistas do cinema pernambucano.
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Na lista, há desde profissionais do início da retomada do cinema local, como Beto Normal, Andrea Monteiro e Paulo Ricardo; a figurinistas em início de carreira, a exemplo de Babi Jácome e Libra. Completam o time as figurinistas Rita Azevedo, Chris Garrido, Sosha, Maria Esther de Albuquerque e Joana Gatis. Nos depoimentos, eles falam do começo de suas trajetórias, suas formações, processos criativos, métodos de trabalho, o papel do figurino na construção narrativa e as soluções encontradas em meio às dificuldades para se adequar aos limites de tempo e orçamento.
Pela perspectiva do figurino, o livro Roupa de cinema monta um amplo panorama do cinema pernambucano realizado nas últimas três décadas, com referência a um total de 59 produções audiovisuais feitas no estado. Das quais 35 são analisadas de forma mais aprofundada pelos figurinistas, revelando conceitos e detalhes de bastidores, a exemplos de obras premiadas como Bacurau, Tatuagem, Amarelo Manga e Cinema, aspirinas e urubus. Relatos que são fartamente documentados na edição, acompanhados de imagens dos filmes, fotografias dos sets de filmagem, croquis e provas de figurino.
A segunda parte do livro é composta por três artigos que tratam sobre o papel do figurino na produção local e contribuem para se pensar no contexto a importância do figurino na produção audiovisual. O artigo da pesquisadora e diretora de arte Iomana Rocha dialoga com o conceito de “brodagem” para explicar a formação e as peculiaridades do modus operandi do figurino no cinema pernambucano.
Já o figurinista e pesquisador Álamo Bandeira apresenta um guia, explicando termos, setores de um set de filmagem, funções e etapas do trabalho do figurino. E, por fim, o realizador e professor universitário André Antônio Barbosa, analisa o traje de cena dentro de uma perspectiva queer, fazendo relações entre a obra de realizadores como Kenneth Anger e Teo Hernandez, com a do pernambucano Sosha.