A rede de livrarias Saraiva está, praticamente, com os dias contados. A empresa, que está em recuperação judicial desde 2018, vem tentando manobras para evitar falência, mas as estratégias não vêm tendo sucesso. Em Pernambuco a rede ainda conta com uma loja no Shopping Patteo, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. Havia uma outra unidade no RioMar, no Pina, Zona Sul do Recife, mas foi fechada permanentemente em 2020.
Sem conseguir vender ativos, como pontos de lojas e seu domínio na internet, para ganhar fôlego para pagar seus credores e arcar com despesas, a rede de livrarias Saraiva sofreu um novo revés e, dessa vez, corre o risco de ter decretada sua falência.
Após ação de um de seus credores, a empresa de tecnologia Infosys, que questionou o plano da varejista apresentado em março, a Justiça determinou agora que a Saraiva apresente em até 30 dias uma nova proposta, sob a pena de que sua falência seja decretada. No entanto, a empresa já tinha feito, alguns dias antes dessa decisão, um ajuste no plano já contemplando o insucesso na venda de ativos. Agora, poderá avaliar uma nova mudança, disse uma fonte à Estadão Conteúdo.
Segundo decisão da 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo, o novo plano também precisará ser votado em 30 dias. Enquanto não for aprovado, a empresa precisará cumprir aquilo que já tinha sido validado anteriormente, com foco aos credores trabalhistas. Já havia sido determinado, por exemplo, que a empresa pague regularmente até R$ 160 mil em créditos trabalhistas.
Dívida milionária
A Saraiva iniciou o processo de recuperação judicial em 2018, quando as dívidas estavam na ordem de R$ 674 milhões. Desde então a rede vem fechando lojas por todo Brasil. Somente na pandemia, a Saraiva fechou mais mais de 30 lojas.
No fim de junho deste ano, conforme o último resultado divulgado pela empresa, a Saraiva tinha 38 lojas, ante 64 um ano antes. O prejuízo no primeiro semestre foi de R$ 45 milhões, ante uma perda de R$ 108 milhões na primeira metade de 2020.
Para conseguir uma injeção de dinheiro no caixa e para pagar credores, a empresa tenta vender ativo. Recentemente fez a terceira tentativa de vender um conjunto de lojas e o seu e-commerce, mas não atraiu interessados. Procurada, a Saraiva não respondeu o contato da reportagem