Dia da Consciência Negra: segunda edição do 'Falas Negras' foca o mundo do trabalho
Programa mostrará histórias de cinco brasileiros, com idades, naturalidades e ocupações distintas
A TV Globo exibe neste sábado, Dia da Consciência Negra, a segunda edição do especial Falas Negras. A proposta, contudo, será um pouco distinta. O pioneiro tinha como suporte um lado ficcional, já o mais recente será apoiado em linguagem documental, com foco no mundo do trabalho, sob a ótica de povos pretos. O programa vai ao ar hoje à noite, após a novela Um Lugar ao Sol.
Este ano, Falas Negras mostrará as histórias de cinco brasileiros, com idades, naturalidades e ocupações distintas. Uma delas será a chef pernambucana Negralinda, nome à frente do Bistrô da Ilha de Deus, na Zona Sul do Recife. Ela é moradora da comunidade que batiza seu restaurante, onde utiliza pescados e mariscos colhidos por trabalhadores locais. A própria Negralinda já trabalhou por anos com a pesca dos produtos.
Além dela, participam o pedreiro baiano Geomar Rabelo, a professora mato-grossense Ana Fernandes, o produtor audiovisual gaúcho Crystom Rodrigues e a médica carioca Fátima Oladejo. A direção é assinada por Naína de Paula e Henrique Matias.
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"Decidimos fazer um Falas com um diferencial que é trazer para o primeiro plano personagens que celebrem a força do seu trabalho e de sua existência como negros. Apesar de a mão de obra negra ter construído a riqueza desse país, essa riqueza nunca foi partilhada de forma justa com o povo preto", pontua Naína.
Falas Negras terá participação dos cantores Alcione e Caio Prado em número musical de encerramento. Também será exibido no canal pago GNT, na segunda-feira (22), à meia-noite, e no dia 26 (sexta), no Canal Brasil, às 19h10.
O PIONEIRO
O programa estreou em 2020, também em um 20 de novembro, com propósito de valorizar histórias de luta e resistência de grandes personalidades pretas. Trouxe 22 personagens históricos, de diferentes épocas, com textos interpretados por atores e atrizes brasileiros.
Como Taís Araújo, dando voz à vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, em um crime ainda não solucionado; e Tatiana Tibúrcio, na pele de Mirtes Renata, mãe do pequeno Miguel Otávio, de 5 anos. O menino morreu após cair de um prédio de luxo, no Recife, onde sua mãe e avó trabalhavam como empregadas domésticas, inclusive no meio do pico da pandemia de covid-19.
Mirtes Renata passeava com o cachorro da família Corte Real quando o filho sofreu a queda. Ele estava, então, sob cuidados da empregadora de Mirtes, Sarí Corte Real. Tatiana Tibúrcio venceu o prêmio APCA de Melhor Atriz pela interpretação do triste episódio vivido por Mirtes e Miguel.